Brasil Uma juíza proibiu a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, de atuar como advogada e visitar Lula a qualquer dia
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2018
A juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), emitiu despacho na noite de quinta-feira (30) impedindo a senadora Gleisi Hoffmann (PT) de atuar como advogada do petista e de visitá-lo em qualquer dia.
Gleisi passou a figurar entre os advogados do ex-presidente para poder encontrá-lo sem restrições. Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) desde abril.
Com a decisão de Lebbos, a presidente nacional do PT precisará respeitar o horário de visitas, que têm ocorrido às quintas-feiras. O despacho também atingiu o tesoureiro do partido, Emídio de Souza.
Lebbos argumenta que, segundo a lei, como membro do Legislativo, Gleisi não pode praticar a advocacia contra ou a favor de sociedades de economia mista — como é o caso da Petrobras.
A juíza lembra que Lula foi condenado por crime contra a administração pública, com o dever de ressarcimento de danos à estatal, que também atuou como assistente de acusação no processo do triplex.
Sendo assim, no entendimento da magistrada, a procuração por meio da qual a senadora incluiu Emídio de Souza como advogado também é nula.
Lebbos voltou a negar, ainda, pedidos da imprensa para entrevistar o ex-presidente.
Atendendo pedido do Ministério Público Federal, a juíza pediu uma série de esclarecimentos à Polícia Federal.
Lebbos quer que as autoridades policiais respondam, entre outros pontos, se houve conhecimento de eventual entrevista concedida por Lula ao jornal italiano La Repubblica e a relação de todos que visitaram o ex-presidente, incluindo dia e a hora dos encontros.
Ditadura
A presidente do PT reagiu indignada e afirmou em seu twitter: “Nem a ditadura militar proibiu advogados de se encontrarem c/presos políticos q representavam.”
A senadora postou: “Nem a ditadura militar proibiu advogados de se encontrarem c/presos políticos q representavam. Fui legalmente constituída por Lula como sua advogada p/ atuar na estratégia de defesa junto à Justiça Eleitoral. Tiram do presidente este direito? Se isso não é perseguição é o que [sic]???”
Alternativas
De olho no julgamento desta sexta-feira no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o PT preparou versões alternativas do programa de televisão para ser exibido na estreia da propaganda dos presidenciáveis neste sábado. Há opções em que Lula é apresentado como candidato e em que ele aparece em apenas 25%, tempo destinado a apoiadores.
Paralelamente, aliados do candidato a vice, Fernando Haddad, tinham o temor de que a legenda ficasse de fora do horário eleitoral gratuito no primeiro dia de campanha na TV caso o tribunal decretasse a inelegibilidade do ex-presidente Lula com base na Lei da Ficha Limpa na sessão desta sexta-feira.
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