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Ciência Uma onda de calor começou a quebrar e derreter a camada de gelo marinho mais “antiga e espessa” do oceano Ártico

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Imagem de satélite tirada no fim de julho já mostrava o gelo fragmentado na costa norte da Groenlândia. (Foto: Nasa)

A onda de calor deste verão no Hemisfério Norte provocou um fenômeno que está sendo considerado “assustador” por cientistas climáticos. As camadas de gelo marinho mais antigas e espessas do Ártico, no Norte da Groenlândia, começaram a derreter e quebrar, em uma região que normalmente é congelada durante todo o ano. É a primeira vez que isso acontece e o evento pode forçar a revisão de teorias sobre a resiliência do gelo do Ártico ao aquecimento global. As informações são do jornal O Globo.

“Quase todo o gelo ao norte da Groenlândia está quebrado e fragmentado e, portanto, mais móvel”, alertou Roth Mottram, do Instituto de Meteorologia Dinamarquês, ao “The Guardian”. “Esta área era chamada frequentemente como a ‘última área de gelo’, pois se sugeria que a última camada de gelo marinho perene do Ártico ocorreria ali. Os eventos da semana passada sugerem que, na verdade, a última área de gelo esteja mais a oeste.”

Normalmente, as águas da costa norte da Groenlândia passam o ano inteiro congeladas, até mesmo no verão, mas temperaturas anormais em duas ocasiões recentes, em fevereiro e no início deste mês, deixaram a região vulnerável a ventos, que empurraram o gelo para longe da costa pela primeira vez desde que os registros por satélite foram iniciados, na década de 1970.

As camadas da região também são espessas e compactas por causa da corrente de Deriva Transpolar, que empurra o gelo da Sibéria até a costa da Groenlândia, onde ele se acumula.

“O gelo não tem para onde ir, então ele se acumula. Em média, tem mais de quatro metros de espessura e chega a se empilhar em montanhas com mais de 20 metros. Normalmente, este gelo espesso e compactado não é fácil de se movimentar”, explicou Walt Meier, pesquisador do Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve dos EUA. “Entretanto, este não foi o caso no último inverno, entre fevereiro e março, e agora. O gelo está sendo empurrado da costa pelos ventos.”

Segundo os especialistas, o fenômeno não é explicado pela força dos ventos, mas pela tendência de aquecimento do círculo polar nas últimas décadas. As temperaturas bem acima da média histórica estão tornando o gelo mais fino e quebradiço, facilitando a ação dos ventos.

Nos dois episódios, foram registradas temperaturas muito acima do normal na região. Em fevereiro, a estação climática de Kap Morris Jesup, que para a época do ano registra temperaturas abaixo de -20 graus Celsius, teve cerca de 10 dias com temperaturas acima de 0 grau Celsius. Na semana passada, foi registrada a alta recorde de 17 graus Celsius na mesma estação.

“O afinamento está alcançando até a parte mais fria do Ártico, com o gelo mais espesso”, comentou Meier. “Então, é uma indicação bem dramática da transformação do gelo marinho e do clima no Ártico.”

Thomas Lavergne, cientista do Instituto Meteorológico da Noruega, classificou o evento como “assustador” em tuíte que mostrava uma foto de satélite com o azul da água em meio ao branco do gelo, expondo centenas de quilômetros da costa da Groenlândia. A tendência é que os icebergs se movem para águas mais quentes ao Sul, onde derreterão.

“Eu não posso dizer quanto tempo este caminho de águas abertas permanecerá, mas mesmo que feche em alguns dias, o estrago já está feito: o gelo grosso e antigo já terá sido empurrado para longe da costa para uma área onde derreterá mais facilmente”, apontou Lavergne.

As últimas leituras do Serviço Norueguês do Gelo indicam que a cobertura de gelo em Svalbard nesta semana está 40% abaixo da média histórica para esta época do ano. Caso a tendência se mantenha, a previsão é que o Oceano Ártico passará a não ter mais gelo durante o verão em algum ponto entre 2030 e 2050.

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