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Colunistas Uma palavra já esquecida

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Delicadeza: esta é a palavra que expressa um sentimento cada vez mais difícil de se encontrar. Todos nós já passamos muitos dias, ou semanas inteiras, sem receber nenhum gesto de carinho do próximo – são períodos difíceis, quando o calor humano desaparece e a vida se resume a um árduo esforço de sobrevivência.

Nos momentos em que o fogo alheio não aquece nossa alma, devemos examinar nossa própria lareira. Devemos colocar mais lenha e tentar iluminar a sala escura em que nossa vida se transformou.

Se somos capazes de amar, também seremos capazes de receber amor: é apenas questão de tempo. E para isso, mais que nunca, é preciso lembrar-se da palavra esquecida – delicadeza.

O respeito para com os outros

Roseana Murray, uma das mais talentosas poetas de nossa geração, escreveu “O Manual da Delicadeza – de A a Z” (Editora FTD). A seguir, alguns de seus versos:

A alma é invisível

um anjo é invisível

o vento é invisível

o pensamento é invisível

e no entanto

com delicadeza

se pode enxergar a alma

se pode adivinhar o anjo

se pode sentir o vento

se pode mudar o mundo

com alguns pensamentos

Da delicadeza consigo mesmo

O texto é adaptado de um poema de John Muir (1838-1914): “Quero deixar minha alma livre, para que ela possa desfrutar de todos os dons que os espíritos possuem. Quando isto for possível, não tentarei conhecer as crateras da lua, nem seguir os raios de sol até sua fonte. Não procurarei entender a beleza da estrela, ou a desolação artificial do ser humano.”

“Quando souber como libertar minha alma, seguirei a aurora, e buscarei voltar com ela através do tempo. Quando souber libertar minha alma, mergulharei nas correntes que desembocam num oceano onde todas as águas se cruzam, e formam a Alma do Mundo”.

“Quando eu souber libertar minha alma, procurarei ler a esplêndida página da Criação desde o princípio”.

 

Da delicadeza com a humanidade

Quando Buda morreu e chegou às portas do Paraíso, uma multidão já o estava esperando. Abriram os portões, cantaram hinos em seu louvor, mas ao invés de entrar, Buda fez sinal de que queria voltar para a Terra.
– Entre, estamos ansiosos pela sua presença – disse uma das almas iluminadas.
– Como posso entrar em um lugar que muitos homens ainda não tiveram o privilégio de conhecer? – perguntou Buda. – Como posso entrar se o resto do mundo ainda não entrou?
“Prefiro ficar aqui, e esperar pelo resto da humanidade; a grande alegria de um ser humano é poder compartilhar, com delicadeza, a sua felicidade com os outros.”

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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