Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de abril de 2017
Os mais de R$ 10 bilhões que a Odebrecht usou para pagar propina a políticos poderia ter sido investido em escolas, postos de saúde, compras de ambulância e muito mais. Cálculos apontam que, com esse valor, daria para construir 5.421 creches para atender mais de 867.360 crianças.
Se o recurso fosse aplicado para a compra de veículos de resgate ou transporte de estudantes, seria possível adquirir 83.944 ambulâncias ou mais de 55.257 ônibus escolares. O valor usado para pagar propina também daria para construir mais de 5 mil UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).
Os cálculos foram feitos pela associação Contas Abertas. Segundo o secretário-geral da instituição, Gil Castelo Branco, as contas se baseiam em valores do Ministério do Planejamento e da Comissão de Orçamento do Congresso. “É muito dinheiro que poderia estar indo para construir a infraestrututa do estado e está indo para o bolso de alguns corruptos”, disse.
O total de propina paga pela Odebrecht consta em uma tabela entregue à Procuradoria-Geral da República pelo ex-executivo do grupo Hilberto Mascarenhas, responsável pela Área de Operações Estruturada, conhecida como o setor de propina da empresa. O setor movimentou US$ 3,3 bilhões, o equivalente a R$ 10,6 bilhões, de 2006 a 2014.