Armando Burd VASSOURA EM AÇÃO

Após a Operação Carne Fraca, o Ministério da Agricultura começa outra, denominada Varredura, com a exoneração de servidores ligados a partidos políticos e que participaram dos crimes.
A prática perniciosa da indicação de afilhados só traz prejuízos. Os que nomeiam não questionam sobre qualificação. Funciona apenas o critério do QI (quem indicou). Acabam entrando muitos despreparados. Alguns se deixam fascinar pela possibilidade do enriquecimento rápido e ilícito. A partir daí começa a campear a corrupção.
É preciso identificar os dirigentes partidários que escolheram os autores dos crimes que repugnam a população. Esses também não podem ficar impunes.

DEVE MELHORAR

O secretário Giovani Feltes foi ontem à Assembleia Legislativa explicar o que acontece nos meandros da Fazenda. Se repetir a iniciativa a cada dois meses, o governo enfrentará menos obstáculos entre deputados da base aliada.

ZONA DA INÉRCIA

Surpreende a posição tímida adotada pelas entidades representativas dos setores empresariais diante da calamidade financeira do governo do Estado. Contrasta com a forte mobilização de lideranças da produção de Minas Gerais, que têm se reunido frequentemente com o governador Fernando Pimentel em busca de soluções.

CHANCES PERDIDAS

Desde a redemocratização, há 32 anos, os governos tiveram maioria no Congresso Nacional. Mesmo assim, não usaram diferentes momentos de ouro para aprovar reformas que tirariam o País do abismo. Com temor de prejudicar a perspectiva de vitória na eleição seguinte, deixaram de enfrentar temas polêmicos e espinhosos. O País anda assim desde 1985: perdendo chances de oportunismo em oportunismo.

QUEM MAIS GANHA

O que é imutável no País: os bancos seguem como os grandes beneficiários da Economia. A cada dia ganham 1 bilhão e 180 milhões de reais com os juros pagos pelo governo federal para rolar sua dívida. O dinheiro sai do bolso dos contribuintes de impostos. O governo apenas repassa sua conta à sociedade, criando um círculo que sempre leva de volta ao mesmo ponto.
Tem mais: a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar dinheiro e a taxa que paga ao captar é uma das maiores do mundo.

ATRASO TEM 10 ANOS

A 21 de março de 2007, o governo do Estado anunciou que 10 por cento dos 330 mil servidores do Executivo não receberiam os salários integralmente em dia no fim deste mês. O teto-limite de pagamento seria de 2 mil e 400 reais.

DEDO NA FERIDA

Robert Louis Stevenson foi um escritor escocês que viveu de 1850 a 1894. Apontou um dos problemas mais graves do setor público, que persiste até hoje: “A política é talvez a única profissão para a qual se pensa que não é preciso nenhuma preparação.”
Muitos acham que aprenderão praticando. O resultado é que os erros se sucedem e o custo se torna insuportável.

LEITURA RECOMENDADA

O sociólogo Serge Tchakhotine, que faleceu em 1973, é autor de um livro cada vez mais procurado e que tem como título A Mistificação das Massas pela Propaganda Política.

RÁPIDAS

* A Política brasileira em tudo se assemelha a uma Delegacia de Polícia: investigações e inquéritos por todos os lados.

* No dicionário do setor público, as palavras omissão e impunidade começam a desaparecer.

* De político com longa milhagem a marinheiros de primeira viagem: “Não deixe a língua correr adiante do pensamento.”

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