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Saúde Vazamento de imagens íntimas na internet pode causar quadro depressivo

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Italiana Tiziana Cantone cometeu suicídio após o vazamento de um vídeo íntimo na internet. (Crédito: Reprodução)

Segue repercutindo a notícia da morte da italiana Tiziana Cantone, 31 anos, que cometeu suicídio em Mugnano, depois de uma saga que envolveu a tentativa de troca de nome e a efetiva mudança de cidade por causa do vazamento de um vídeo íntimo na internet. Segundo a imprensa italiana, ela passou meses lutando pela retirada das imagens da rede e teve que arcar com 20 mil euros em gastos processuais, o que seria mais um motivo que a levou a acabar com a sua vida.

O Brasil também teve casos parecidos. Em 2013, no litoral do Piauí, por exemplo, uma menina de 17 anos se enforcou depois que um vídeo de sexo gravado com uma outra garota e um rapaz foi compartilhado em sua cidade. A jovem se despediu da mãe por meio de uma rede social e se matou, chocando a população da cidade.

Casos de compartilhamento de nudez e sexo.

De acordo com a SaferNet Brasil, ONG que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, em 2015, foram denunciados 322 casos envolvendo compartilhamento de nudez e sexo sem consentimento. O número aumentou 43,75% em relação a 2014 e 65% das vítimas eram mulheres.

“Em culturas que são mais machistas, em países que têm valores compartilhados que percebem a mulher mais como objeto sexual, que têm mais violência contra a mulher, certamente haverá mais ocorrências como essas”, explicou Juliana Cunha, coordenadora psicossocial da SaferNet Brasil.

Segundo Juliana, outro problema dos casos de compartilhamento de imagens sem consentimento é a falta de preparo das autoridades para lidar com a situação.

“De alguma forma, o que mais se destaca nessas questões é o fato de que a gente ainda tem dificuldade de responder a esses casos, tanto por parte das autoridades, como para remover esse tipo de conteúdo da rede”, disse.

A conduta a ser adotada por vítimas de casos como esses é romper o silêncio e denunciar o vazamento das imagens o quanto antes, buscar orientação de um advogado e ajuda médica, em casos de mudanças comportamentais.

Tratamento de quadro psiquiátrico.

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, defende a importância de procurar tratamento diante da impossibilidade de lidar com a situação.

“As pessoas mudam de nome e de cidade, como se isso fosse resolver a situação. O quadro depressivo vai seguir a vítima por onde ela for. É uma abordagem médica que vai mudar a vida dessas pessoas. Em casos de suicídio, a exposição das imagens desencadeia um quadro psiquiátrico não tratado e leva a uma atitude extrema”, diz.

O psiquiatra Ricardo Krause ressalta a importância de a vítima procurar as autoridades como forma de se recuperar psicologicamente.

“Dessa forma, a pessoa tem um respaldo e não fica em uma posição de culpa. Se ela não busca punir quem compartilhou as imagens, começa a se sentir merecedora do castigo que é a execração pública. Se a pessoa assume uma postura de punir o culpado, ela ganha um senso de atividade, de ação, e não fica com essa vivência de vulnerabilidade”, analisa. (AG)

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