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Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2015
Depois de terminar 2015 com a maior queda nas vendas em quase 30 anos, o mercado automotivo brasileiro se prepara para adotar uma estratégia arriscada em 2016: deixar o veículo mais caro no momento no qual o consumo se retrai, o desemprego sobe e o crédito tende a ficar restrito. Embora o reajuste seja uma decisão de cada montadora, todas as marcas passam, segundo analistas e executivos do setor, por forte pressão de custos.
Uma projeção feita pela consultoria Tendências apontou que os preços dos veículos novos deverão subir em 2016 no mesmo ritmo da inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), pondo fim a um período de dez anos no qual a variação ficou em nível mais baixo.
Na previsão da consultoria, os veículos novos deverão ter reajuste de 5,8% no próximo ano, a mesma estimativa para o IPC. Para 2015, a expectativa é de que os preços dos carros subam 5,4%, abaixo dos 8,4% previstos para o índice geral.
A última vez na qual houve queda nos preços dos veículos foi em 2012, com percentual de 5%. À época, as montadoras ainda contavam com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que deixou de vigorar em 31 de outubro de 2014.
Responsável pelo levantamento da Tendências, o economista Rodrigo Baggi disse que a pressão de custos havia atingido as montadoras neste ano em razão da forte depreciação do câmbio e do aumento da energia. “O aperto nas margens aconteceu. Uma parte do reajuste não foi feito, porque as fábricas não queriam perder volume de vendas”, avaliou o especialista. (Folhapress)