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Marcas & Veículos Velopark acelera disputa entre bicudos e caras-chatas neste final de semana

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Fórmula Truck 2015 - Muffatão Racing
Em 2015, os boxes da Muffatão Racing de David Muffato (à esquerda) e seu pai Pedro (à direita) ilustram a disputa entre as duas configurações de caminhões da categoria. Foto: Divulgação

A Fórmula Truck chega à quarta etapa da sua temporada 2015 neste final de semana, no Autódromo do Velopark. Mas mesmo o observador mais desatento terá notado, pela televisão ou das arquibancadas ou dos camarotes de algum dos autódromos que já receberam corridas da categoria, que a diversidade técnica oferecida pelas corridas do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck transcende a lista de marcas de caminhões envolvidas. Afinal, além do confronto entre Ford, Iveco, Mercedes-Benz, Scania, Volvo e Volkswagen-MAN – este formalmente instituído pelo campeonato de marcas da categoria –, os espectadores e telespectadores notam a ocorrência de caminhões de dois formatos na pista: os de motor avançado e os de cabine frontal.

É fato que, nos bastidores da Fórmula Truck, não são essas as denominações dadas às duas propostas técnicas. Os caminhões são tratados como “bicudos” e “caras-chatas”. Mas, afinal de contas, qual a melhor opção? A condição de disputar pole positions é vitórias é maior para adeptos de qual alternativa? A análise pura e simples dos números aponta vantagem dos caras-chatas, conduzidos por seus pilotos a 125 vitórias em quase duas décadas de disputas, diante dos 81 primeiros lugares que os pilotos de caminhões bicudos conquistaram em 206 corridas realizadas.

A primeira vitória dos caras-chatas

Contudo, é desaconselhável fiar-se apenas nos números. Até porque os primeiros anos de vida da Fórmula Truck reuniram apenas caminhões bicudos no grid. Francisco “Paco” San Martin, nos anos 90, era o único a apresentar um cara-chata, da Volkswagen. E foi só na 59ª corrida da história da competição, abrindo a terceira rodada dupla de 2000, que Djalma Fogaça levou um cara-chata à vitória pela primeira vez – um Ford. Os bicudos seriam vitoriosos nas 11 corridas seguintes daquele ano. De 2001 em diante os caminhões caras-chatas configuraram maioria absoluta nos grids e nas estatísticas de poles e vitórias.

Retomando a questão sobre as viabilidades oferecidas por uma ou outra opção, nem mesmo os pilotos de corridas têm convicções absolutas. “O bicudo exige mais paciência na tocada e é bem mais estabilizado, pela melhor distribuição de peso e de apoio nas seis rodas. No cara-chata a cabine adiantada aumenta o pêndulo no contorno de cada curva”, constata Roberval Andrade, que foi campeão da Fórmula Truck em 2002 com um bicudo e em 2010 a bordo de um cara-chata, sempre da marca Scania. “O bicudo tem aproximadamente 150 quilos a mais de peso, o que também causa maior aquecimento dos freios”, aponta.

O último título dos bicudos

Andrade pilotou caminhões bicudos desde 2000, sua estreia, até 2006 – seu primeiro título brasileiro, em 2002, foi o último conquistado por um caminhão desse formato. Entre 2007 e 2011 foi um dos adeptos dos modelos de cabine frontal. Na sequência, atraído pela já citada distribuição de peso, voltou aos Scania de motor avançado. Na atual temporada, por fim, abre mais uma fase de sua trajetória com os cara-chata. Sua equipe chegou a ter, em 2004, um caminhão de cada versão. Enquanto ele próprio disputava o título a bordo de um bicudo, seu companheiro de equipe Pedro Muffato pilotava uma cara-chata.

A situação pitoresca evidenciada há 11 anos na equipe de Andrade é identificada em 2015 nos boxes da Muffatão Racing, equipe pela qual competem Pedro, com um bicudo, e o filho David Muffato, com um cara-chata. David, que competiu por 14 anos na Stock Car, disputou um campeonato completo daFórmula Truck pela primeira vez no ano passado, com um dos Ford de Fogaça. Na preparação para 2015, testou os dois caminhões da equipe criada por Pedro. “O bicudo é menos nervoso e tem mais equilíbrio em peso entre a frente e a traseira, pela posição da cabine em relação ao chassi. A posição de guiar é muito melhor”, ele compara.

Os Ford são os únicos caminhões da Fórmula Truck com motor de nove litros – todos os demais têm capacidade para no mínimo 12 litros – e pesam pelo menos uma tonelada menos que os demais modelos. “É um caminhão mais manhoso de guiar, ele exige que use muito o câmbio, por causa da potência do motor, mas é muito bom em tração”, enumera Muffato. O Scania cara-chata ainda exige-lhe adaptação. “É um caminhão arisco de traseira, que não deixa você colocar o pé no acelerador de uma vez só nas saídas de curva. Se não acelerar com calma, como o peso está muito concentrado na frente, ele destraciona”, cita.

Gaúcho foi o último vencedor com um cara-chata

Caminhoes - Regis Boessio 2015O gaúcho Régis Boessio (na foto ao lado)  foi o último piloto a vencer corridas com um caminhão bicudo – levou um Mercedes-Benz ao primeiro lugar nas etapas de Caruaru e de Guaporé em 2013. Depois de um ano ausente, voltou a competir na atual temporada, com um Volvo cara-chata. “Uma das desvantagens do bicudo é o motor ficar ao lado do piloto. Isso aumenta demais a temperatura dentro da cabine, principalmente durante a corrida. O desgaste físico do piloto é grande”, observa o Boessio. “E o motor fica sob a cabine. O frontal tem o motor recuado e fora da cabine, assim dissipa mais o calor e também poupa o equipamento”.

Por outro lado, os bicudos dão mais conforto ergonômico aos pilotos. “É melhor para quem tem mais de 1,80 m, porque o espaço interno é maior. No frontal o espaço é pequeno e requer uma maior adaptação”, testemunha Boessio, que tem 1,86 m. A posição do motor revela outra vantagem do cara-chata, apontada por Andrade. “Uma equipe leva de 3h30 a 4h para trocar o motor de um bicudo. Se houver uma quebra no warm up, dificilmente o trabalho será feito a tempo do piloto participar da corrida”, exemplifica, citando o treino de aquecimento realizado na manhã de cada etapa. “No cara-chata a troca leva cerca de 1h30”.

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