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Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2017
A venda de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em novembro subiu 0,7% ante outubro e avançou 14,6% na comparação com o emplacado um ano antes, informou na última sexta-feira (1º) a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores).
Os licenciamentos do mês passado somaram 204.188 veículos, maior marca para o mês desde as vendas de 294.651 unidades vendidas em novembro de 2014.
“A alta nos índices de confiança e a contínua queda na inadimplência… fizeram com que o comprador voltasse às concessionárias. O aumento da oferta de crédito também tem impulsionado o crescimento do mercado neste momento e incentivado o cliente a efetivar sua compra”, disse em comunicado à imprensa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
No acumulado do ano, as vendas de veículos novos somam 2,027 milhões de unidades, alta de 9,8% sobre o período de janeiro a novembro do ano passado.
A General Motors manteve liderança no mercado de carros e comerciais leves em novembro, com vendas de 37.354 unidades, alta de cerca de 14 por cento sobre um ano antes.
A Volkswagen teve emplacamentos de 25.569 unidades, alta de quase 60% sobre um ano antes, quando a empresa enfrentou problemas no fornecimento de autopeças que afetaram a sua produção.
A Fiat ficou em terceiro, com queda de 9% sobre um ano antes, para 24.791 veículos. Incluindo a outra marca do grupo, Jeep, as vendas da empresa em novembro somaram 32.803 unidades.
A Ford emplacou 20.328 carros e comerciais leves em novembro, crescimento de 22% sobre um ano antes, enquanto a Hyundai vendeu 17.987 veículos, avanço de cerca de 2%.
Investimentos
A indústria automobilística é um termômetro preciso da força da economia de um país. Entre 2013 e 2016, o setor amargou prejuízos que resultaram no fechamento de fábricas e demissões.
A partir de 2017, o cenário mudou. O desânimo deu lugar a uma série de lançamentos, modernização de plantas e contratações. Melhor ainda: até 2020, as montadoras devem injetar mais de R$ 11 bilhões no Brasil, no maior ciclo de investimentos em 5 anos.
O que levou as empresas a abrirem o caixa? A resposta é simples: confiança. Presidente da Toyota na América Latina e Caribe, o americano Steve St. Angelo resumiu em uma frase o sentimento que domina os protagonistas do setor.
“O Brasil está de volta”, afirmou ao justificar as razões que levaram a gigante japonesa a desembolsar R$ 1 bilhão para a produção, em Sorocaba (SP), do compacto premium Yaris, com previsão de lançamento no segundo semestre de 2018.
A Toyota também vai destinar R$ 600 milhões para a ampliação de sua fábrica de motores em Porto Feliz (SP).
O otimismo é fruto principalmente da queda da inflação e dos juros, fatores que, somados, aumentam o poder de compra dos cidadãos e tornam o crédito mais barato. “A queda dos juros e a melhora dos índices de emprego aumentaram a confiança do consumidor”, diz Alarico Assumpção Júnior.
Depois de longo inverno, o crédito começou a avançar. Para as famílias, a expansão foi de 5,6% nos últimos 12 meses. “Espera-se crescimento gradual para os próximos períodos”, diz Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do Banco Central.
A onda positiva explica por que a maioria das montadores resolveu investir agora. No fundo, elas estão preparando o terreno para o futuro que, tudo indica, será bastante fértil.
Há alguns dias, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador e presidente do conselho de administração da Caoa, anunciou a associação com a chinesa Chery, em um negócio que prevê investimentos de R$ 2 bilhões nos próximos anos. Caoa, do alto de sua larga experiência à frente da coreana Hyundai no Brasil, antecipou-se na parceria para aproveitar os números favoráveis que devem dominar o mercado por um bom tempo.
Empresas que haviam desistido do Brasil recuperaram a confiança no País. A sul-coreana SsangYong abandonou o mercado brasileiro nos últimos dois anos, mas decidiu por uma nova investida. Ela estabeleceu uma meta ambiciosa para 2018: vender 3 mil carros e abrir 50 concessionárias em diversos estados. Sua aposta são três SUVs (Korando, Tivoli e XLV), além de uma picape média movida a diesel, a Actyon Sports.