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Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2018
Oficializado como vice de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidência da República, na tarde deste domingo, durante a convenção nacional do PRTB em São Paulo, o general Antonio Hamilton Mourão tentou minimizar sua defesa da intervenção militar no País. Segundo ele, não existe uma tentativa de atentado contra às instituições e à democracia, nem espaço para qualquer tipo de intervenção.
“Não estamos atentando contra as instituições, buscando quebrar o sistema democrático. Que radicalismo que existe aí? Não existe”, disse o general. O general afirmou que “não foi feliz” quando defendeu a intervenção militar no País. Segundo ele, as forças armadas têm de se impor diante de “um caos social”, conforme o Jornal o Globo.
“ Naquela ocasião, eu não fui feliz na forma como eu respondi. O que eu quis colocar é que as Forças Armadas, dentro da visão militar, são responsáveis pela garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem. Quando se fala isso, está falando em garantir a democracia e a paz social. Felizmente tudo está caminhando da forma que tem que ser”, completou.
Mourão perdeu o cargo de secretário de Economia e Finanças do Exército, em dezembro do ano passado, por defender a intervenção militar. Em menos de três meses, ele falou duas vezes sobre a possibilidade de ocorrer intervenção no Brasil se o Judiciário não conseguisse resolver “o problema político” nacional.
Em seu discurso, Mourão defendeu que os brasileiros devam “ascender por méritos próprios” e considerou acabar com o Bolsa Família à medida que postos de trabalhos sejam criados. Atualmente, no Brasil, existem 13 milhões de desempregados. O militar afirmou ainda que foi “mal-interpretado” quando disse que considerava “meio boçal”o radicalismo dos seguidores de Bolsonaro.
“O que eu disse é que todo o radicalismo é ruim. Não podemos separar os brasileiros”, disse Mourão.
Por sua vez, Bolsonaro afirmou que a ‘dobradinha militar’ formada por ele e Mourão é apenas uma “chapa de brasileiros” e evitou dar detalhes dos motivos que o levaram a escolher o colega de farda, preterindo o administrador e membro da família imperial brasileira, Luiz Philippe de Orleans e Bragança como vice.
“Neste momento, eu deixo de ser capitão, e Mourão deixa de ser general. Passamos a ser soldados do nosso Brasil”, declarou o presidenciável.
Em entrevista aos jornalistas, o pré-candidato criticou o excesso de questionamento sobre o nome que ia compor a sua chapa: “Vice nunca ocupou espaço na política brasileira.”
General Mourão afirmou que foi comunicado que tinha sido escolhido para vice na manhã deste domingo. Ele acredita que a amizade de mais de 40 anos dos dois tenha pesado na decisão. O militar afirmou que a aliança não representa um radicalismo.
“O PRTB e o PSL continuam com um valor, que é o bem comum do povo brasileiro. A defesa dos nosos valores, a defesa integridade do nosso território, da integridade do nosso patrimônio, de uma verdadeira democracia com oportunidade para todos, e que todos possam ascender por seus próprios méritos, não por esmola”, apontou o general.
Presidente do PRTB, Levy Fidélix, que concorreu a eleição em 2010 e 2014, abriu mão da candidatura em favor da dobradinha de Mourão com Bolsonaro. Fidélix vai disputar ao cargo de deputado federal. Segundo ele, “a união da direita” é a única solução para o País. “Esse é o honestamente o momento mais feliz da minha vida”, afirmou.