Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de abril de 2016
Após a Câmara dos Deputados aprovar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer se reuniu, na segunda-feira (18), em São Paulo, com conselheiros para traçar uma estratégia de defesa à ofensiva governista. Um dos principais auxiliares do vice, o ex-ministro Moreira Franco, chegou ao escritório de Temer, no bairro do Itaim Bibi, acompanhado de Thomas Traumann, que foi porta-voz e ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Dilma.
A avaliação do entorno do vice-presidente é de que, a partir de agora, o governo insistirá, cada vez mais, “na vitimização” da presidenta e que Temer não deve deixar de dar respostas. Para os auxiliares de Temer, Traumann poderia “ajudar a calibrar o discurso” do vice-presidente, baseado na proximidade que teve com Dilma até recentemente.
Ao chegar ao escritório de Temer, Franco afirmou que o peemedebista tem “a noção exata do tamanho do desafio que a Presidência impõe”. “O desafio [de Temer] começa pela necessidade de restabelecer a credibilidade do País, restabelecer a possibilidade de a economia crescer para que possamos gerar emprego e tranquilizar a sociedade brasileira”, afirmou.
Apesar das especulações, Temer interditou qualquer discussão pública sobre a composição de um eventual governo para não melindrar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o plenário da Casa que vai avaliar a continuidade do impeachment de Dilma. Como Temer e Calheiros são desafetos e acumulam um histórico de acusações de parte a parte, o vice pediu aos aliados muita cautela. Ele próprio pretende evitar pronunciamentos agora.
Por enquanto, a ordem é continuar sinalizando na direção de que uma eventual gestão Temer marcará uma ruptura do modelo implementado por Dilma, com corte de ministérios e uma gestão mais “técnica”. Pessoas próximas a Calheiros dizem que ele já avisou que não será o “motoboy” do impeachment. O senador reafirmou que se posicionará como “poder moderador”, sem acelerar nem travar o andamento das discussões. (Folhapress)