Brasil Vices dão dor de cabeça a presidentes, desde Vargas
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2015
Um vice-presidente nunca é da oposição. Pelo menos oficialmente. No entanto, na recente história brasileira, nem sempre o ocupante do cargo mais próximo da Presidência se comportou da maneira esperada pelo titular. De acusações de conspiração a rompimentos não-oficiais, presidentes do Brasil já foram criticados e até sabotados por seus colegas.
Nos últimos tempos, a presidenta Dilma vive momentos de desconforto diante de posições divergentes do vice-presidente Michel Temer. O próprio Temer, do PMDB, partido mais forte da base parlamentar governista, teve que vir a público para desmentir rumores de que estaria tramando contra a mandatária do governo petista.
Nas últimas décadas, exemplos de atritos não faltam na história. Em uma época em que presidente e vice eram eleitos separadamente, a relação entre Jânio Quadros (eleito por uma coligação que incluía a UDN e o PR) e João Goulart (PTB) começou a definhar no primeiro ano de governo, em 1961.
Em 1954, o segundo governo de Getúlio Vargas atravessava também uma crise política, com diversos setores da sociedade pedindo sua renúncia, principalmente após o atentado ao opositor Carlos Lacerda, na rua Tonelero, no Rio de Janeiro.
No dia 23 de agosto, a imprensa noticiava a tentativa do vice-presidente Café Filho de convencer Vargas a aceitar uma renúncia conjunta, o que foi negado pelo gaúcho. A historiadora Marly Motta, da Fundação Getúlio Vargas, disse, em 2003, que Café Filho participou como coadjuvante da conspiração que culminou no suicídio de Vargas, no dia 24 de agosto, e a posse do seu vice como presidente. (AG)
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