Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2015
A crise econômica está alavancando o mercado de produtos eróticos no país. A constatação é da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual), que comemora a alta no setor. Com custo relativamente baixo, comparado a outros tipos de diversão, os apetrechos de sex shops têm feito cada vez mais sucesso entre casais. A violência urbana também favorece a aquisição dos produtos, segundo o estudo. Para a associação, os casais preferem se divertir em casa. Para a empresária Rosane Scott, 50 anos, o uso dos produtos renovou a relação com seu parceiro.
“Em casa você faz uma massinha, um vinho, usa um produto de qualidade. O custo-benefício é bem legal. Você inova, a relação fica bem melhor, e ainda fico segura. Não corro riscos e não troco por nada”, comenta.
Medo impulsiona a mudança.
Conforme a consultora em saúde e educação sexual Nina Mager, o fator “falta de segurança” colabora para o fenômeno. Com medo de ataques de criminosos, as pessoas estão preferindo esquentar a relação no quarto.
Ela conta ainda que os produtos ainda são tratados com preconceito. “O produto nada mais é do que um coadjuvante na vida do casal. A questão de o homem pensar que está sendo trocado não existe. Os produtos eróticos servem para apimentar e melhorar a relação, e claro, satisfazer a quem quiser ser satisfeito”, aponta. Conforme Paula Aguiar, presidente da Abeme, o fator que impulsiona mais as vendas são as datas comemorativas.
“O mercado em geral tem percebido um cenário econômico desfavorável, mas que pode ser benéfico para o nosso setor. São iniciativas como a Economia do Amor, lançada por empresários para ensinar os consumidores a usufruir de produtos e de momentos românticos com economia em datas especiais”, disse.
Custo mais baixo.
A dirigente da Abeme ainda destaca que o crescimento do mercado de produtos eróticos no País, em meio a uma recessão generalizada, ocorre da mesma maneira como foi nos Estados Unidos, de 2011 a 2013.
“Os casais perceberam [no Brasil] que sair para jantar, ir no cinema ou fazer um programa romântico a dois estava muito caro. Então se voltaram para o mundo dos produtos eróticos, que custam mais ou menos o mesmo preço de uma saída a dois, mas que podem ser utilizados várias vezes.”
Conforme Paula, seria um novo estilo de vida, que “vai permanecer ao menos enquanto a crise estiver atingindo o Brasil”. “As pessoas estão descobrindo que podem curtir mais momentos a dois no conforto de seu lar e há uma infinidade de itens para explorarem na sexualidade”, garante.
Crescimento do setor.
E o crescimento do setor também ocorrerá através de produtos mais acessíveis. “Em 2014 a gente não movimentou tanto dinheiro por causa da Copa do Mundo. As pessoas estavam mais interessadas em futebol naquele momento. E agora temos produtos mais acessíveis para as classes C e D, custando a partir de 10 reais, como géis para sexo oral e calcinhas fio dental e até comestíveis”, avalia Paula.
Ela estima que o setor de produtos eróticos vai movimentar em torno de 80 milhões de reais ao mês no País. “Segundo nossas perspectivas, o mercado deve seguir crescendo ainda mais, em torno de 10% neste primeiro semestre”, registra a dirigente da Abeme.