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Mundo A visita de Donald Trump à Ásia evidenciou o isolamento dos Estados Unidos

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Após 12 dias de visitas oficiais na região, presidente americano deixa aliados confusos com mensagens ambíguas, enquanto rival chinês volta a defender a globalização. (Foto: Reprodução)

Apesar do tom épico com que foi descrita, a viagem de 12 dias de Donald Trump à Ásia revelou o impressionante amadorismo de sua política externa. Em seu tour ao Oriente, o titular da Casa Branca reafirmou, além das gafes e dos insultos costumeiros, o isolacionismo americano — vácuo que já está sendo ocupado pela China de Xi Jinping.

O presidente americano não conseguiu tranquilizar os aliados em relação aos grandes desafios geopolíticos, sobretudo a corrida armamentista do ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Além disso, ao tomar como sincera a afirmação de Vladimir Putin de que a Rússia não patrocinou a ação de hackers a seu favor na campanha eleitoral americana, Trump provocou uma crise interna, na cúpula da comunidade de Inteligência.

Antes da viagem, autoridades de Japão, Coreia do Sul e Taiwan disseram a Adam Taylor, do “Washington Post”, que a percepção geral é de que Trump é uma espécie de divindade enviada para promover a ascensão da China. Ou, como escreveu Susan Rice no “The New York Times”: “Trump está tornando a China grande novamente”.

O mandatário americano até deu a impressão de que iria mudar esta imagem ao chegar a Tóquio e Seul, onde se reuniu com o premier Shinzo Abe e o presidente Moon Jae-in. Ali, Trump usou a expressão “Indo-Pacífico”, em vez de Ásia, para minimizar o protagonismo chinês, ao reforçar, por contraste, os laços dos EUA com países democráticos, como Japão, Austrália e Índia.

Mas, ao chegar a Pequim, a terceira parada, Trump foi exageradamente reverente com Xi Jinping, sem reciprocidade por parte do colega chinês.

Chamaram a atenção os afagos verbais de Trump, que prometera, nas eleições, ser duro com Pequim. Trump defendeu uma aliança com Xi, afirmando que “as duas maiores economias e principais motores do crescimento econômico global” precisam atuar juntas para solucionar os problemas do mundo. Posição que contradiz os acenos no âmbito “Indo-Pacífico” reiterados nas visitas a Japão e Coreia do Sul.

As coisas pioraram no Vietnã, para onde seguiu para participar do fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em que fez um discurso que evocou sua campanha nos EUA. Se tal retórica funcionou entre seus eleitores, em Danang, suas palavras não tiveram eco. Enquanto isso, Xi voltou a defender o multilateralismo e a globalização — e foi ovacionado.

No “Washington Post”, David Nakamura e Ashley Parker resumiram a viagem num trocadilho com o slogan da campanha, afirmando que em vez dos “EUA em primeiro lugar”, Trump deixou “os EUA isolados”. Imagem reforçada pelo anúncio conjunto das 11 nações da Parceria Transpacífica de que avançam na costura de um acordo de livre comércio. Os EUA abandonaram o bloco no terceiro dia de mandato de Trump.

A viagem de Trump à Ásia emitiu sinais ambíguos e deixou aliados inseguros sobre até onde podem contar com os EUA.

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