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Mundo Volta a polêmica sobre o hino nacional alemão

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"Agora é a hora de tomar medidas preventivas contra a ameaça desse vírus", disse a chanceler Angela Merkel. (Foto: Divulgação)

A afirmação de um governador, de que os alemães-orientais têm bons motivos para se recusar a cantar o hino, reavivou controvérsia sobre texto e melodia. Ela começa em 1790, envolvendo os nazistas, Brecht e até Haydn. Comentários recentes do governador do estado da Turíngia, no Leste alemão, voltaram a abrir uma velha ferida entre as antigas duas Alemanhas. Quase três décadas após a Reunificação, Bodo Ramelow afirmou, no fim de uma entrevista ao jornal Rheinische Post, que muitos naturais da extinta República Democrática Alemã, sob governo comunista, não cantavam o atual hino nacional.

“Nós preferiríamos ter um hino nacional realmente comum”, declarou o político do partido A Esquerda na entrevista publicada na quinta-feira (9). “Mas até agora esse desejo só despertou indignação”.

No dia seguinte, em sua coletiva de imprensa regular, o porta-voz da Chancelaria Federal, Steffen Seibert, não manifestou indignação, mas sim tranquila indiferença. Segundo ele, a chefe de governo Angela Merkel, que cresceu na Alemanha Oriental, “acha o hino nacional muito bonito, tanto na música como no texto”.

Os governadores de outros estados da antiga Alemanha comunista rejeitaram a opinião de Ramelow com mais vigor. O conservador da Saxônia Michael Kretschmer, por exemplo, disse gostar muito de cantá-lo. “Eu o associo com a parte grandiosa de nossa história: a revolução pacífica, Helmut Kohl e a unificação alemã”, disse.

O poema Canção dos Alemães foi escrito por August Heinrich Hoffmann von Fallersleben em 1841, num assomo romântico de fervor nacionalista durante férias de verão na ilha de Helgoland, então em poder britânico. Na época, diferentes povos germânicos lutavam para estabelecer uma identidade nacional comum, em meio a uma Europa esfacelada pela guerra.

Um século e duas guerras mundiais mais tarde, as primeiras duas estrofes – com suas referências a “Alemanha acima de tudo” e “mulheres alemãs, lealdade alemã, vinho alemão e canto alemão” – foram deixadas de lado pelo governo da recém-fundada República Federal da Alemanha – embora o então chanceler federal Konrad Adenauer tenha ignorado o desejo dos que prefeririam cancelar o hino todo.

Na prática, então, apenas a terceira e última estrofe ainda é usada hoje em dia: sendo a mais digerível nos termos atuais, seu primeiro verso invoca valores de “unidade e justiça e liberdade”.

A melodia em si, composta no fim da década de 1790 como homenagem ao então imperador pelo austríaco Joseph Haydn, ainda evoca um sabor amargo da era mais sombria da história alemã. Ramelow comentou que, embora ainda cante a terceira estrofe, não consegue apagar a imagem das paradas nazistas de 1933 a 1945.

O governador da Turíngia não é o único que escuta reminiscências do passado nazista no hino nacional alemão: seus controversos comentários já foram uma reação a uma polêmica midiática anterior. Em questão estava se um dos líderes mais radicais da populista de direita AfD (Alternativa para a Alemanha) cantara ou não a primeira estrofe tabu num evento do partido.

Por outro lado, para os que recordam os tumultos de 1989 e 1990, as observações do governador estadual não soarão tão novas assim. Durante as complexas – e, segundo alguns, precipitadas – negociações para unificar as duas Alemanhas, houve campanhas da parte oriental para que se adotasse a canção Kinderhymne (Hino infantil) em louvor da nova nação.

Essa canção de quatro estrofes, escrita em 1950 pelo dramaturgo Bertolt Brecht e o compositor Hanns Eisler como resposta direta ao hino da época nazista, imagina um novo país erguido dentro de uma nova irmandade de nações iguais.

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