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Por Redação O Sul | 27 de março de 2020
Uma reunião de três horas por videoconferência entre Fifa, Associação de Clubes Europeus (ECA) e Federação Internacional de Jogadores Profissionais (FIFPro) discutiu como amenizar o impacto da paralisação de competições devido à pandemia de coronavírus. De acordo com o jornal espanhol “Marca”, a proposta de maior impacto é por uma redução considerável dos salários de jogadores.
A medida não seria linear, ou seja, não teria o mesmo impacto sobre todos os clubes e atletas envolvidos. Desta forma, os clubes de maior poderio financeiro seriam os mais afetados. A Premier League, por exemplo, estuda adotar redução que atingiria 50% dos salários de atletas da liga.
Ainda segundo o veículo, foram acertadas duas outras medidas protetivas: os clubes europeus não poderão rescindir com atletas e treinadores durante a paralisação dos campeonatos e a criação de um fundo econômico com centenas de milhões de euros com o objetivo de manter a estrutura do futebol atual e cobrir todas as suas partes (confederações, federações, jogadores, televisão, patrocinadores).
Também foi debatida a duração do contrato dos jogadores, uma vez que muitos vínculos terminam no dia 30 de junho, quando estava previsto o fim da temporada atual. Com isso, eles seriam automaticamente estendidos para a nova data de término da temporada. Esta é uma proposta defendida pelo Grupo de Trabalho da Fifa, coletivo criado durante a crise para defender os direitos empregatícios de jogadores.
Mudanças nos calendários
As mudanças sugeridas pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, nos formatos de competição para tentar evitar uma crise financeira foram “inoportunas”, segundo Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol. “Fiquei realmente surpreso com os comentários do presidente Infantino. Isso não é um momento para falar sobre planejamento. Agora, temos que priorizar a saúde acima da política”, disse, nesta sexta-feira (27), o dirigente paraguaio. “Temos que falar sobre como podemos ajudar os jogadores, os clubes e as federações.”
Dominguez rebateu os comentários de Infantino em uma entrevista para o jornal italiano “Gazzetta dello Sport”, publicada na segunda-feira. Com o futebol parado por causa da pandemia de coronavírus, o presidente da Fifa alertou para a possibilidade de o futebol entrar em recessão e ter menos jogos em seu calendário.
“Acho que é inoportuno”, disse Dominguez. “Trata-se de um debate que devemos ter a longo prazo. A prioridade agora é ter solidariedade para passar por essa situação atual”, disse Dominguez, que acrescentou “não ter pressa” para voltar a jogar na América do Sul.
A Conmebol anunciou nesta quinta-feira que oferecerá aos clubes que jogam em suas duas principais competições – Copa Libertadores e Copa Sul-Americana – um adiamento de até 60% de seu prêmio para ajudar nas despesas financeiras durante a crise mundial.
Os 32 clubes que disputam a fase de grupos da Copa Libertadores podem receber até US$ 1,8 milhão cada (cerca de R$ 9 milhões), enquanto os 22 que estão na segunda fase da Sul-Americana poderão pedir até US$ 225 mil cada. As finais para ambos os torneios estão marcadas para novembro.
A Libertadores foi interrompida em 12 de março após a segunda rodada da fase de grupos por causa do surto da covid-19. A Conmebol também adiou o início das Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar-2022.
Dominguez disse que a Conmebol pediu à Fifa para adicionar uma janela para as Eliminatórias em abril do próximo ano. “Nossa proposta é permitir que façamos mudanças e sejamos flexíveis com o calendário da Fifa para que a Conmebol amplie sua eliminatória para outras datas.”