Terça-feira, 11 de novembro de 2025

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Brasil A nomeação de quatro vice-líderes de origem militar alertou a Câmara dos Deputados

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"Sabemos que há pessoas publicamente contrárias ao Moro e à Lava-Jato", afirmou o deputado Capitão Augusto (foto). (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A nomeação de quatro vice-líderes do governo na Câmara com origem militar acendeu o sinal de alerta em alguns parlamentares e até em parte da equipe econômica de Jair Bolsonaro. O temor é de que a categoria se fortaleça e dificulte mudanças nas regras de aposentadoria da carreira.

Entre os sete indicados por Bolsonaro no início do mês, estão o líder da bancada da bala, Capitão Augusto (PR-SP), além de Coronel Armando (PSL-RJ), Major Fabiana (PSL-RJ) e José Medeiros (Pode-MT).

“Eles (militares) serão mais alguns, de muitos, que diariamente baterão às portas do Congresso tentando levar, legitimamente, a visão da sua categoria”, disse o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).

O governo não incluiu a mudança na aposentadoria de militares na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência apresentada no mês passado ao Congresso, o que gerou descontentamento entre parlamentares.

Segundo Capitão Augusto, não haverá defesa de privilégios, mas as mudanças deverão respeitar as características da categoria. “Não tem cabimento colocar para nós os mesmos deveres e não dão os mesmos direitos”, disse o vice-líder.

Choques entre núcleos pragmático e ideológico atrapalham governo Bolsonaro

Em pouco mais de dois meses, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) consumiu parte de seu capital político para pacificar as divergências entre as duas principais forças de seu governo, que promoveram sucessivas crises e ofuscaram a viabilidade de uma agenda positiva.

Numa ponta está uma ala mais pragmática, composta por militares e técnicos, que prega uma postura mais próxima ao “soft power”.

Na outra, o grupo ideológico capitaneado por seus filhos Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e por seguidores do escritor Olavo de Carvalho.

Em meio à divergência de opiniões, ações consideradas importantes e até promessas de campanha têm sido colocadas em segundo plano —e algumas medidas relevantes perdem espaço no noticiário, sufocadas pelas crises.

A comunicação do governo é o exemplo mais evidente dessa divergência. As redes sociais do presidente, em especial o Twitter, destoam do tom dos comunicados oficiais do Palácio do Planalto.

Enquanto o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, adota uma postura apaziguadora nos pronunciamentos diários à imprensa, as postagens nas contas de Bolsonaro seguem o mesmo tom belicoso do período da campanha.

As diferenças se devem ao fato de o gabinete pessoal do presidente hoje ser controlado pelo grupo ideológico, que cuida das redes, enquanto a estrutura oficial de comunicação com a imprensa é comandada pelos militares.

Responsável pela estratégia de uso das redes sociais do pai, o vereador Carlos Bolsonaro blindou as contas oficiais do presidente. Ele emplacou seu ex-funcionário Tercio Arnaud na assessoria especial da Presidência e Floriano Amorim na chefia da Secretaria de Comunicação Social.

Também é frequente a presença de seu primo e amigo Leonardo de Jesus, o Leo Índio, que não tem cargo, no 3º e 4º andares do Planalto.

As postagens feitas por Bolsonaro durante o Carnaval —que incluíram um vídeo obsceno e um termo usado para um fetiche sexual— exaltaram as divergências de opinião dos grupos e criaram no presidente a consciência de que é necessário fazer ajustes.

Após repercussões negativas, ele foi convencido por militares a divulgar uma nota amenizando o tom de crítica ao Carnaval.

Auxiliares alertaram o presidente que esse tipo de acontecimento gera desgaste e pode colocar a perder seu capital político e popularidade de início de governo, necessários para aprovação de
medidas prioritárias, como a reforma da Previdência.

O episódio foi detectado pelo monitoramento como desencadeador de desmobilização de apoiadores de Bolsonaro nas redes. Foi a segunda vez que isso foi percebido.

A primeira se deu em fevereiro, quando o presidente usou o Twitter para chamar o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, de mentiroso —ele caiu após passar por cinco dias de fritura pública depois da revelação do envolvimento dele com um esquema de candidaturas de laranjas do PSL.

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https://www.osul.com.br/a-nomeacao-de-quatro-vice-lideres-de-origem-militar-alertou-a-camara/ A nomeação de quatro vice-líderes de origem militar alertou a Câmara dos Deputados 2019-03-09
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