Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2020
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou nesta quarta-feira (2) que recebeu dados da vacina contra covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech e a está analisando para “possível listagem para uso emergencial”.
Em uma referência à Agência Regulatória de Medicamentos e Saúde do Reino Unido (MHRA), que mais cedo aprovou a vacina Pfizer/BioNTech, a agência afirmou em comunicado à Reuters: “A OMS também está em discussões com a MHRA sobre a possibilidade de acessar algumas das informações da avaliação que fizeram, o que aceleraria a listagem emergencial pela OMS”.
Vacina aprovada
O Reino Unido aprovou a vacina contra a covid-19 da Pfizer em parceria com a BioNTech e anunciou que prevê iniciar a vacinação na semana que vem. Um primeiro lote com 10 milhões de doses será disponibilizado pelo NHS, serviço público de saúde britânico, ainda em 2020.
Profissionais da saúde deverão estar entre os primeiros a serem vacinados, assim como idosos e pessoas vivendo em casas de repouso, incluindo funcionários. Por causa das condições de armazenamento da vacina – que precisa ser mantida a -70°C – as campanhas de vacinação serão feitas em hospitais.
Os anúncios foram feitos pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que classificou a notícia como “fantástica”.
Brasil não comprou vacina
A vacina da Pfizer/BioNTech é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil. O país ainda não fez acordo para adquirir a vacina, mas, em meados de novembro, o governo recebeu executivos da Pfizer para, segundo o Ministério da Saúde, “conhecer os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório”.
Na última terça-feira (1º), o Ministério da Saúde disse que o plano de imunização do País não prevê o uso de vacinas que exijam baixíssimas temperaturas de armazenamento, como é o caso da desenvolvida pelas farmacêuticas.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, o governo quer um imunizante que possa ser armazenado em temperaturas de 2ºC a 8ºC, pois essa é a temperatura da rede de frio usada no sistema de vacinação brasileiro.
Em entrevista à GloboNews, o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, comemorou a aprovação – e disse que é um marco na história do desenvolvimento de vacinas. Isso porque a vacina é a primeira do tipo genético a entrar no mercado.
Kfouri também reconheceu, entretanto, o armazenamento e o transporte do imunizante como um desafio.
“Uma das limitações é o transporte, por conta do congelamento, mas o fabricante tem estudado alternativas, com gelo seco, em que ela pode ficar fora de freezers por até 15 dias”, disse Kfouri.
O especialista disse que o preço também pode ser um impeditivo para a aplicação em massa no Brasil – ele estima que a vacina da Pfizer seja até 5 vezes mais cara que a de Oxford, que será produzida em solo brasileiro pela Fiocruz.