Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2019
A presidente do PT, Gleisi Hoffman, justificou, em nota, a sua ida à Venezuela para a posse do presidente Nicolás Maduro, nesta quinta-feira (10), afirmando que a reeleição do governante foi legítima, constitucional e pelo voto popular e que o Brasil sempre respeitou os princípios de soberania e solidariedade entre os países. Maduro foi reeleito sob suspeita de ter fraudado o resultado das eleições de maio para um mandato até 2025.
A votação ocorreu sem observadores internacionais, com vários líderes opositores impedidos de participar e a desaprovação dos países vizinhos reunidos no Grupo de Lima (exceto o México), dos EUA e da União Europeia.
Na última sexta-feira (04), os chanceleres do Grupo de Lima assinaram um documento em que acordaram não reconhecer a “legitimidade do novo mandato” de Maduro, por considerarem que as últimas eleições não contaram com as garantias necessárias de um pleito “livre, justo e transparente”.
O México foi o único dos 14 países presentes que não assinaram o documento. Firmaram o mesmo os representantes de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
Bolsonaro tem posicionamento crítico à gestão de Maduro e já afirmou que não pretende manter relações com o país vizinho. “É inaceitável que se vire as costas ou se tente tirar proveito político quando uma nação enfrenta dificuldades. Impor castigos ideológicos aos venezuelanos também resultará em graves problemas imigratórios, comerciais e financeiros para os brasileiros”, afirmou Gleisi.
A petista também se posicionou ao lado do México contra a posição do Grupo de Lima, que considera “abertamente alinhada com a postura belicista da Casa Branca”. Afirmou ainda que, “em qualquer país em que os direitos do povo estiverem ameaçados, por interesses das elites e dos interesses econômicos externos, o PT estará sempre solidário ao povo, aos que mais precisam de apoio. O respeito à soberania dos países e a solidariedade internacional são princípios dos quais não vamos abrir mão”.
Peru
O ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, anunciou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, integrantes do governo e suas famílias estão proibidos de entrar em território peruano.
A medida, segundo o chanceler, faz parte dos acordos adotados pelos países membros do Grupo de Lima, do qual participa o Brasil, como forma de exercer pressão internacional para condenar a crise democrática e humanitária na Venezuela.
“O [governo do] Peru vai enviar uma comunicação para o superintendente de imigração com uma lista de todos os nomes ligados ao regime de Maduro, incluindo membros da família, informando que não podem entrar no país”, disse Nestor Popolizio.
O chanceler lembrou que, no caso da Venezuela, não é necessário um visto para entrar no território peruano, mas o governo do Peru tem a prerrogativa de impor restrições de natureza migratória. “O que queremos é exercer pressão direta sobre o regime de Maduro, sobre o governo principal para permitir que eles voltem à democracia”, disse o ministro.
Ele acrescentou que esse tipo de medida gera o isolamento do governo de Maduro, “cujas decisões antidemocráticas causaram uma crise interna naquele país”.