Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2020
Com cinco projetos de lei, o pacote “Transporte Cidadão”, proposto pela prefeitura de Porto Alegre para a redução no valor e até mesmo a gratuidade na passagem de ônibus do transporte coletivo da capital gaúcha, será discutido nesta quinta e sexta-feira pela Câmara de Vereadores. O assunto estará na pauta de uma sessão extraordinária solicitada pelo Poder Executivo.
Segundo a administração municipal, se as propostas forem aprovadas, já em 2021 será possível oferecer passe-livre para todo trabalhador formal, passagem de no máximo R$ 2 para o cidadão em geral, valor estudantil de R$ 1 e redução do custo para o empregador que paga o vale-transporte.
Atualmente, é preciso desembolsar R$ 4,70 para cruzar a catraca dos coletivos, preço que está ente os mais caros do Brasil e não conta com nenhum subsídio. “Este valor só não é mais alto porque, desde 2017, a prefeitura adota uma série de medidas”, ressalta o Executivo.
“Dentre as ações realizadas pela administração municipal para conter o aumento e melhorar o sistema de transporte público, está a racionalização das linhas de ônibus, que evitou o acréscimo de R$ 0,49 na tarifa”, prossegue. Na semana passada, a ATP (Associação dos Transportadores de Passageiros) enviou um pedido à EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) para reajustar em R$ 0,50 a tarifa – que chegaria a R$ 5,20 neste ano.
Já a diminuição de 50% no desconto antes total da segunda passagem evitou que fossem somados mais R$ 0,25, enquanto a adequação da isenção para idosos à legislação federal impediu um aumento-extra de R$ 0,05. “Precisamos priorizar o transporte coletivo e avançar em soluções de mobilidade”, argumenta o prefeito Nelson Marchezan Júnior.
Iniciativas
Marchezan considera que diversas iniciativas adotadas desde que o início de sua gestão, em 2017, têm contribuído para modernizar o serviço e atrair novos passageiros. Ele menciona como exemplos a instalação de sistema GPS em 100% da frota e a ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que devem somar mais 22 quilômetros e beneficiar diariamente 450 mil usuários, diminuir o tempo de deslocamento e reduzir o consumo de combustível.
Outra medida citada é o lançamento do aplicativo do cartão Tri, que possibilita a localização em tempo real dos ônibus e facilita a sua recarga, com a possibilidade de pagamento pelo aplicativo utilizando cartão de crédito, assim como a tecnologia de reconhecimento facial em todos os ônibus, “o que ajudou a reduzir em 78% os assaltos a ônibus”.
Para encontrar a melhor solução gerencial para a Companhia Carris Porto-Alegrense, minimizar os aportes financeiros da prefeitura e melhorar o emprego dos recursos públicos, a administração municipal já encaminhou, após pregão eletrônico, o processo de contratação da consultoria que ficará encarregada de fazer o diagnóstico e apresentar cenários de reestruturação econômica, financeira, jurídica, contábil e técnico-operacional das atividades da empresa.
Terminais
Uma força-tarefa de vários órgãos municipais foi montada em 2019 para encaminhar demandas de manutenção dos terminais de ônibus. O objetivo é unir ações e recursos focados na resolução de problemas. Vistorias já foram realizadas por técnicos da Smim (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana) e EPTC nos locais de maior circulação de passageiros, como o Terminal Triângulo e o Terminal Nilo Wulf.
A prefeitura também estuda a viabilidade de ampliar ações de contrapartida do setor privado, como está ocorrendo com o terminal Triângulo, onde um TCAP (Termo de Conversão em Área Pública) possibilitou a reforma da cobertura. “O exemplo pode se estender para os demais terminais”, prevê a prefeitura, que pretende ainda lançar um edital de manutenção contínua dos terminais e buscar melhoria nas ações de vigilância, limpeza e iluminação.
Auditoria na bilhetagem
Em outubro do ano passado, a empresa Auge Contadores foi contratada para auditar a bilhetagem eletrônica do transporte coletivo desde o início da sua implantação, em 2006. O trabalho começou em dezembro e o relatório final deve ser concluído em abril. O serviço tem a finalidade de ampliar a transparência ao sistema, com dados técnicos, financeiros e valores monetários envolvendo o serviço de bilhetagem atualmente prestado pelos consórcios.
(Marcello Campos)