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Por Redação O Sul | 23 de abril de 2020
A quarta edição do Boletim Semanal da Receita Estadual sobre os impactos da pandemia de coronavírus sobre o Rio Grande do Sul aponta que a região das Hortênsias, que abrange os municípios de Gramado e Canela (Serra Gaúcha), sofreu as maiores reduções recentes no nível de atividade econômica: 43% no acumulado dos últimos 14 duas e 45% nos últimos 28 dias.
“Essa constatação reforça outras análises que indicam que o setor de turismo é um dos mais afetados pela crise”, explicou o subsecretário do órgão, Ricardo Neves Pereira. A base é a movimentação de contribuintes do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) no curto e médio prazos.
A finalidade é permitir uma visão regionalizada da crise, bem como apurar a tendência do comportamento da economia, ou seja, se há expectativa de agravamento ou recuperação. O relatório mais recente abrange o período de 16 de março a 17 de abril e pode ser conferido na íntegra na página da Sefaz (Secretaria Estadual da Fazenda) no site oficial www.estado.rs.gov.br.
Para os técnicos da pasta, no entanto, o desempenho acumulado em 14 e 28 dias confirma uma tendência de retomada gradual da atividade econômica, revelada por outros indicadores, tais como a evolução semanal do valor das operações registradas dos documentos fiscais eletrônicos, do volume de combustíveis consumido e da atividade industrial.
Após registrar queda de 29% em 6 de abril (pior desempenho) o indicador de curto prazo estava em -25% no dia 17 de abril (última data de análise do Boletim), tendo superado o indicador de médio prazo, que está em -27%, no dia 15. “O fato do indicador de curto prazo estar melhor que o indicador de médio prazo demonstra esse cenário de redução do nível das quedas, embora ainda muito significativas”, compara Neves.
“A avaliação desses indicadores permite inferir que o comportamento de reação da atividade econômica foi observado em todas as unidades, com exceção da região abrangida pelos municípios de Pelotas e Rio Grande), que apresenta uma redução de 27% tanto no curto como no médio prazo.
Emissão de notas
Depois de crescer 15,1% na primeira semana após as medidas de quarentena (16 a 20 de março), possivelmente refletindo a preocupação da sociedade em estocar determinados produtos essenciais, a emissão de Notas Fiscais Eletrônicas registrou quedas bruscas nas semanas seguintes.
Para o governo gaúcho, trata-se de um reflexo da diminuição do consumo em razão do isolamento social e das restrições de circulação, com ápice na semana de 28 de março a 3 de abril (-31,5%) e tendência de recuperação nas semanas de 4 a 10 de abril (-10,6%) e 11 a 17 de abril (-13,1%), comparando a períodos equivalentes de 2019.
No acumulado do intervalo (16 de março a 17 de abril), a redução média é de 18,8%, representando diminuição do valor médio diário emitido de R$ 2,14 bilhões no período equivalente em 2019 para R$ 1,74 bilhão em 2020, ou seja, cerca de R$ 400 milhões deixaram de ser movimentados, em operações registradas nas notas eletrônicas, a cada dia.
(Marcello Campos)