Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2020
Suspensas no Rio Grande do Sul desde o dia 19 de março pela pandemia de coronavírus, as aulas nas redes pública e privada de ensino voltarão a partir da próxima segunda-feira (1º), inicialmente à distância. Já no sistema presencial a retomada total pode demorar até setembro, após um cronograma de cinco etapas, detalhado nesta quarta-feira (27) pelo governador gaúcho nas redes sociais.
As aulas remotas serão oferecidas na rede pública por uma plataforma do Google, totalizando mais de 300 mil ambientes virtuais. O Executivo promete garantir ensino à distância para todos os níveis na modalidade híbrida, com uso de tecnologia e disponibilização de materiais didáticos para famílias com dificuldade de inclusão digital. “Não deixaremos ninguém para trás”, frisou o governador Eduardo Leite.
Na rede estadual, a proposta inclui a criação de espaços virtuais e a oferta de mais de mil turmas preparatórias para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), além da organizados 2,5 mil pátios de “recreio virtual” para conversas entre alunos, bem como salas de professores e serviços de orientação pedagógica.
Para contornar as dificuldades de conexão, a Assembleia Legislativa contribuirá com R$ 5,4 milhões, em 12 meses, para que a Seduc (Secretaria Estadual da Educação) garanta a oferta de capacidade-extra para smartphones cadastrados por até 900 mil alunos e professores. A determinação é de que o ensino privado também seja ministrado de forma remota em junho.
Atividades presenciais
A segunda etapa de retorno, no modelo presencial, tem início previsto para 15 de junho, com a volta das aulas de cursos no Ensino Técnico e Superior (incluindo pós-graduação). Essa retomada, porém, será restrita a atividades de estágio curricular obrigatório e práticas de ensino essenciais à conclusão de cursos, bem como de pesquisa e laboratorial, abrangendo mais de 4o mil alunos.
Cursos livres (profissionalizantes, pré-vestibulares, de idiomas, artes e similares) também poderão retomar as aulas, com adaptação obrigatória às regras estabelecidas nos protocolos do Estado de contenção à pandemia e abrangendo cerca de 100 mil estudantes. Como a maioria dessas atividades não envolve aulas diárias, tal retorno será distribuído ao longo da semana.
No dia 15 de junho, o Executivo anunciará quais atividades poderão ser retomadas em julho. “Em um primeiro momento, trabalhamos com a retomada inicial da Educação Infantil e do Ensino Médio, embora ainda não haja definições”, projetou Eduardo Leite. “Há outros cenários possíveis também e vamos definir a melhor estratégia para a segurança de alunos, professores e funcionários.”
Ensino Infantil e Médio
O Executivo analisa os cenários de retorno para identificar os grupos prioritários, de acordo com necessidades específicas. Neste período inicial de avaliação, identificou que há motivos para que as aulas da Educação Infantil e do Ensino Médio sejam as primeiras a serem retomadas, de forma gradual, no momento em que se mostrar adequado.
“Crianças menores necessitam da garantia de aprendizagem presencial, há necessidade de contato para que todo o potencial da criança seja desenvolvido”, lembrou o governador. “No entanto, é mais difícil conscientizar crianças pequenas da importância do respeito às regras de higiene e de restrição de contato.”
De outro lado, os jovens e adolescentes, que conseguem lidar melhor com aprendizagem à distância e ensino remoto, estão no último período de ensino antes do ingresso nas universidades ou no mercado de trabalho.
“A prioridade de retorno está nas duas extremidades, na Educação Infantil e no Ensino Médio. Temos de dar os corretos estímulos na base, para não perdermos a capacidade de aprendizagem das crianças, e também devido ao estímulo econômico, para que os pais possam deixar as crianças em um local seguro, com tranquilidade. Por outro lado, os estudantes do Ensino Médio precisam estar bem preparados para ingressar nas universidades e no mercado de trabalho”, ressaltou o governador.
Um eventual retorno da Educação Infantil e do Ensino Médio em julho, possibilidade que ainda está em discussão, passará pelo cumprimento de protocolos gerais e específicos de saúde, elaborados conjuntamente pelas secretarias de Educação e da Saúde.
(Marcello Campos)