As autoridades fecharam vários túneis, parques e o piso térreo do Museu do Louvre, em Paris. O nível do rio Sena continuava a subir nesta sexta-feira (26). Há vários dias uma inundação lenta perturba a capital francesa.
O Sena chegou a 5,53 metros na Ponte Austerlitz, no leste da cidade, na noite de quinta-feira (25). Espera-se que o seu nível continue aumentando para além de 6 metros durante o fim de semana, segundo a Associated Press.
O piso térreo do Louvre ficará fechado ao público pelo menos até domingo (28), mas a administração do museu não planeja deslocar as obras de arte, como aconteceu durante as inundações de 2016.
Quatorze departamentos do nordeste da França estavam nesta sexta em alerta de inundação, principalmente em torno da bacia do Sena e do Saône, de acordo com o Le “Parisien”. As chuvas intensas obrigaram moradores a deixarem suas casas perto do Sena depois que ele e outros rios transbordaram.
Este trimestre de dezembro a janeiro tem sido o mais chuvosos desde o início das medições em 1900, de acordo com a Météo-France.
Transbordando
Em Villeneuve-Saint-Georges, subúrbio sudeste de Paris, o Yerres transbordava na quinta em um bairro particularmente afetado. Os moradores se deslocavam de barco nas ruas onde os carros estavam parcialmente submersos.
“Após as inundações de 2016, foram necessários quase dois anos de obras. Acabamos de terminar. Agora teremos de começar de novo”, lamenta Akca, de 31 anos, embora a água na rua ainda não tenha a sua casa. Um pouco mais abaixo, o porão de Carlos, de 21 anos, já está “completamente cheio, virou uma piscina”.
“Esperamos um aumento máximo do nível da água este fim de semana, com uma altura entre 5,80 m e 6,20 m”, indicou Bruno Janet, especialista em monitoramento de inundações. Um nível comparável ao dilúvio de junho de 2016 (6,10 m), mas muito longe do histórico de 1910 (8,63 m).
Para moradores ou turistas, a vida não está fácil. Além das atrações e museus, uma linha da RER (Rede Regional Express) que atravessa a capital francesa, fechada desde quarta-feira, permanecerá inoperante pelo menos até 31 de janeiro. Outras estações de metrô poderiam ser fechadas, enquanto os museus do Louvre e d’Orsay tomaram precauções para proteger as obras.
Os proprietários das embarcações ancoradas nas docas estão preocupados. “Estamos observando o barco para garantir que permaneça no leito do rio. O principal risco é que se aproxime do cais”, explica Eric Merour, gerente de um barco-restaurante.
Diante do aumento da água, a operadora Vias Navegáveis da França proibiu a navegação em certos rios, incluindo todo o Sena.
É “provável que o nível do Sena permaneça alto por vários dias na próxima semana”, indicou Marc Mortureux, diretor para a prevenção de riscos do ministério da Transição Ecológica.
