Sexta-feira, 14 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Após 137 investigações abertas, chega ao fim o mandato de 4 anos de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria Geral da República

Compartilhe esta notícia:

Desde o início das investigações, Janot também obteve vitórias no Supremo que lhe possibilitaram aprofundar o trabalho de combate ao crime. (Foto: Divulgação)

Após quatro anos, chega ao fim neste domingo (17) o mandato de Rodrigo Janot à frente da PGR (Procuradoria Geral da República). Nesta segunda-feira (18), toma posse no cargo Raquel Dodge. A gestão de Janot no comando do Ministério Público Federal foi marcada pela maior investigação já realizada pelo órgão contra a corrupção.

Sob a condução de Janot, e uma equipe de 10 investigadores, o andamento da Operação Lava-Jato na PGR levou à abertura de 137 investigações – atualmente em andamento – no STF (Supremo Tribunal Federal), cujos alvos são: o presidente Michel Temer; 4 ex-presidentes; 93 parlamentares (63 deputados federais e 30 senadores); 6 ministros do governo Temer; 2 ministros do TCU (Tribunal de Contas da União).

Também são investigadas no Supremo mais de uma centena de pessoas sem o chamado foro privilegiado – como lobistas, doleiros, ex-diretores de estatais e políticos sem mandato envolvidos com as autoridades suspeitas. Outras dezenas de pessoas, inicialmente investigadas no STF, tiveram os casos remetidos para instâncias inferiores após perda do foro privilegiado.

Fora a Lava-Jato (relacionada a desvios de recursos de Petrobras, Eletrobras, Caixa e fundos de pensão, principalmente), o Ministério Público também investigou, sob o comando de Janot, outros esquemas de corrupção.

Destacam-se, por exemplo, as operações Zelotes (sobre compra de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal – Carf –, venda de medidas provisórias e compra de caças suecos) e a Ararath (que desvendou a existência de bancos clandestinos destinados à lavagem de dinheiro em Mato Grosso).

Foi no período Janot que se intensificou no Brasil o uso do que é hoje considerada a principal arma de investigação dos chamados “crimes do colarinho branco”: a delação premiada. Só na Lava-Jato, o procurador-geral conseguiu validar 159 acordos, dos quais os mais extensos são os negociados com executivos das empresas Odebrecht e da JBS. A cooperação internacional na operação alcançou 48 países com a repatriação de R$ 79 milhões em dinheiro sujo desviado para o exterior.

Êxitos

Desde o início das investigações, Janot também obteve vitórias no Supremo que lhe possibilitaram aprofundar o trabalho de combate ao crime. Uma das primeiras foi a confirmação, em maio de 2015, pelo plenário do Supremo, do poder do Ministério Público para conduzir investigações.

Embora, na prática, procuradores já apurassem crimes, várias instâncias judiciais anulavam provas por entenderem que só a polícia podia tocar os inquéritos. Janot também saiu vitorioso no julgamento que validou, em agosto de 2015, a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros a citar políticos no escândalo da Petrobras. Na decisão, o STF rejeitou o argumento de que personalidade “desajustada” do delator coloca em risco a validade do acordo.

Em outubro do mesmo ano, pela primeira vez na história, a PGR conseguiu extraditar um foragido com dupla cidadania. Condenado em 2012 no mensalão, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato fugiu para a Itália em novembro de 2013 para escapar da prisão decretada pelo STF. O processo de transferência ao Brasil durou quase dois anos, após várias reviravoltas na Justiça italiana.

Outro fato inédito na história recente do país foi a prisão de um parlamentar durante o mandato. Em novembro de 2015, o STF aceitou o pedido de Janot para levar à cadeia o então senador e líder do governo Delcídio do Amaral. Ele foi gravado em conversa tentando evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Em 2016, Janot também teve êxito na defesa da possibilidade de decretar a prisão de alguém após condenação pela segunda instância. Desde 2009, o STF só admitia a prisão após esgotados todos os recursos possíveis nas quatro instâncias existentes. A virada no entendimento, disse Janot, foi um “passo decisivo contra a impunidade no Brasil”.

Despedida

Apegado à família – é casado e tem uma filha –, torcedor fanático do Atlético-MG, apreciador de cerveja e culinária, Janot espera, enfim, deixar de lado os holofotes e a ira dos políticos.

Após a despedida do comando da PGR, na última sexta-feira (15), ele deve entrar em férias de 30 dias, e depois voltar à PGR como subprocurador-geral da República, cargo que ocupava anteriormente.

Embora tenha cogitado se aposentar, deve permanecer no órgão e, com isso, manter foro privilegiado no STJ (Superior Tribunal de Justiça) – há o receio de que, devido às dezenas de acusações que fez contra políticos, passe agora a ser alvo de ações. Os planos de Janot, no entanto, incluem, ainda em 2017, iniciar uma licença de um ano da PGR a que ainda tem direito. (AG)

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Polícia Federal indicia mais três pessoas no esquema de desvio de recursos de duas seguradoras
Jornalistas são atacados após flagrarem filho caçula de Fidel Castro em resort de luxo
https://www.osul.com.br/apos-137-investigacoes-abertas-chega-ao-fim-o-mandato-de-4-anos-de-rodrigo-janot-a-frente-da-procuradoria-geral-da-republica/ Após 137 investigações abertas, chega ao fim o mandato de 4 anos de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria Geral da República 2017-09-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar