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Brasil As vendas de celulares estão encolhendo no Brasil neste ano

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As vendas de celulares deverão ficar, em média, 3% abaixo do desempenho obtido em 2017. (Foto: Freepik)

As vendas de celulares estão encolhendo no Brasil este ano e deverão ficar em média 3% abaixo do desempenho obtido em 2017, quando alcançaram cerca de 50 milhões de unidades. Nesse volume estão incluídos os celulares básicos (sem acesso à internet), os “feature phones” (modelos intermediários) e os smartphones, que têm mais recursos e capacidade de processamento. Se forem considerados só os smartphones, a queda pode chegar a 7%. As informações são do jornal Valor Econômico.

As previsões dos maiores fabricantes, no fim de 2017, eram de que as vendas de smartphones, que tinham atingido 48 milhões de unidades, poderiam alcançar 50 milhões em 2018. A empresa de pesquisa IDC Brasil não estava tão otimista no fim do ano e projetava um 2018 estável, com posição de queda. Já no início do ano, considerava uma evolução próxima de zero e agora está fazendo uma revisão com um dígito de queda em unidades. A conclusão da pesquisa deve sair em duas semanas, disse Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa da IDC Brasil.

Cético com um eventual crescimento da demanda, Norberto Maraschin Filho, vice-presidente de mobilidade e negócios internacionais da Positivo Tecnologia, revisou de 47 milhões para 45 milhões suas estimativas de vendas totais para 2018. “É 7% menos que no ano passado”, afirmou, com base no comércio de 48 milhões de smartphones e 3 milhões de “feature phones” ao fim de 2017.

O executivo destaca que as vendas caíram de 3% a 4%, de modo geral, no primeiro semestre. Essa tendência deve se acentuar na segunda metade do ano, apesar da Black Friday, do Dia das Crianças e do Natal, datas que notoriamente impulsionam a demanda. “O motivo é estrutural”, disse ele. “Tem uma guerra de preços desde março de 2017, com os fabricantes destruindo o valor de mercado.”

A busca por elasticidade de demanda via promoções teria pesado sobre o preço recomendado para venda e o que foi realmente praticado. “O varejo coloca dinheiro para fazer promoções, nunca antes no mercado aconteceu tanto isso”, afirmou Maraschin Filho.

Soma-se a isso o efeito do dólar, ao qual o preço do celular está atrelado. A diferença de R$ 1 na moeda em seis meses tem um enorme custo no preço das mercadorias, afirmou. De janeiro até ontem, o valor do dólar passou de R$ 3,1624 para R$ 4,1652, com variação de 37,7% no período. A moeda americana tem participação em torno de 85% na formação do custo do produto, na média da indústria, disse ele. Embora um concorrente tenha dito que o valor é inferior a esse, o custo acaba sendo repassado ao consumidor, mais cedo ou mais tarde. A expectativa de Maraschin Filho é que quando terminarem os estoques que estão em promoção e novos modelos chegarem, os preços vão subir.

Essa percepção não é unânime. Jose Cardoso, gerente-geral da Motorola Brasil, disse que enquanto o mercado registrou queda de 2,1% nas vendas no primeiro semestre do ano, frente a 2017, a Motorola cresceu 5,6%, segundo dados da empresa de pesquisa GfK. Por esse estudo, a participação de mercado da companhia passou de 23,26% para 25,09% no período, um avanço de 1,83 ponto percentual. Depois, reconheceu que houve de fato diminuição, mas que a Motorola se saiu melhor que suas rivais.

Para Cardoso, é difícil dizer se há uma guerra de preços. O mercado é muito competitivo e os fabricantes querem se destacar. Nesse cenário, disse o executivo, a estratégia da Motorola é trazer mais inovação pelo mesmo preço. Tanto Cardoso quanto Sakis, do IDC, consideram que o mercado continua subindo em valor, porque os novos produtos, geralmente com mais especificações em relação aos modelos anteriores, são mais caros.

Para Luiz Cláudio Carneiro, diretor da área de dispositivos móveis da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o dólar exerce forte influência sobre a guerra de preços . Mesmo assim, as empresas estão se esforçando para manter os preços nos níveis atuais, afirmou.

Vários outros fatores pressionam a demanda, segundo profissionais do setor. A política econômica, o alto índice de desemprego, que afasta os consumidores das lojas, a instabilidade decorrente do ano eleitoral e até o amadurecimento do mercado são vilões no consumo. Além disso, a liberação do FGTS para os trabalhadores, em 2017, aqueceu a demanda naquele ano. Sem esse fator em 2018, a comparação das vendas fica desigual, segundo algumas fontes.

Para desequilibrar mais ainda a balança, foi realizada a Copa do Mundo em 2018, evento que levou os consumidores a preferir comprar uma TV nova a um celular.

Anos atrás, a indústria via o Brasil como um imenso mercado de brasileiros ansiosos por um celular. Em 2015, havia quase 258 milhões de aparelhos ativos. Agora, são cerca de 234 milhões. Com exceção da região Norte, no restante do país existem de 106 a 160 celulares por 100 habitantes. Com o amadurecimento do mercado, as vendas são mais por troca de aparelho do que por novos usuários.

tags: Brasil

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