O Banco Central lançou nesta segunda-feira (1º) o “BC Protege Mais”, ferramenta que permite ao cidadão informar o sistema financeiro que não deseja a abertura de contas em seu nome. A nova utilidade entrou em operação às 10h e já registrou 7.800 ativações, além de 500 mil consultas feitas por instituições financeiras.
A diretora de Cidadania, Supervisão e Conduta do BC, Izabela Corrêa, afirmou que o recurso representa uma nova frente de prevenção a fraudes e de fortalecimento da cidadania financeira.
“É, portanto, uma nova ferramenta, uma ferramenta de prevenção a fraudes, proteção ao cidadão junto ao sistema financeiro. Protege, claro, contra abertura de contas correntes, poupanças, contas de pagamento, em nome de um cidadão ou empresa, e protege também contra a inclusão fraudulenta no nome da empresa como titular ou representante de contas de terceiros”, explicou a diretora em coletiva de imprensa.
Segundo ela, o BC pensa a cidadania financeira em quatro pilares: inclusão, participação, proteção e educação. A diretor aponta que o Protege Mais se insere diretamente no eixo de proteção.
Izabela destacou que o lançamento ocorre em um contexto de aumento de golpes e de ampliação da demanda por ferramentas de controle individual.
Ela disse que o sistema já nasce integrado ao esforço do BC de “aprimorar e atender bem a sociedade”, ampliando transparência, segurança e autonomia na gestão da vida financeira.
Ela ainda destacou que o BC vai trabalhar inclusive com influenciadores digitais a fim de expandir a informação e mais pessoas possam aderir ao novo sistema.
“Esse é um serviço para o qual, obviamente, nós vamos trabalhar aqui no Banco Central, inclusive com órgãos de imprensa e também com influenciadores, para poder divulgar. A gente precisa que a mensagem do BC Protege Mais chegue a todos os cantos do Brasil, para que aquela população que tem interesse possa aderir”, afirmou.
Como funciona
A ativação é feita dentro do ambiente Meu BC, com login Gov.br. O cidadão acessa o card do BC Protege Mais e pode ativar ou desativar a proteção a qualquer momento.
Quando a proteção está ativada, qualquer instituição financeira que tente abrir uma conta, poupança ou conta de pagamento precisa obrigatoriamente consultar o BC. A resposta será automática: “O titular declarou que não deseja abertura de conta naquele momento”.
Se o próprio cidadão quiser abrir uma conta, ele pode desativar temporariamente a proteção, concluir o processo e depois reativar. Também é possível deixar programada a reativação para o dia seguinte.
O sistema funciona em tempo real — ativações e desativações valem imediatamente, e as consultas feitas pelas instituições financeiras retornam de acordo com o status vigente naquele instante.
Além disso, o cidadão poderá consultar quais instituições financeiras buscaram seu CPF, identificando tentativas legítimas ou suspeitas de abertura.
Para empresas, o serviço pode ser ativado por sócios, representantes ou colaboradores cadastrados no módulo de empresas do Gov.br.
Início da operação
Izabela explicou que o sistema para instituições passou a funcionar à meia-noite, enquanto a interface do cidadão foi disponibilizada apenas às 10h. Por isso, parte das 500 mil consultas iniciais ocorreu antes de qualquer ativação pelos usuários.
Mesmo assim, o BC registrou 263 negativas de abertura nas primeiras horas — casos em que a instituição consultou o CPF e o sistema retornou que a pessoa havia ativado a proteção.
Complemento a outras ferramentas
A diretora ressaltou que o BC Protege Mais se soma ao conjunto de relatórios disponíveis no Registrato, que inclui o relatório de Contas e Relacionamentos (CCS), no qual o cidadão verifica todas as contas já existentes em seu nome.
O Protege Mais, por sua vez, atua sobre aberturas futuras e mostra quem tentou abrir.
Para Izabela, o sistema é parte de um esforço contínuo de ampliar a transparência ativa e passiva do BC, incluindo pesquisas bianuais e mais de 100 milhões de relatórios financeiros já emitidos pelo Meu BC. Com informações do portal CNN.
