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Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2019
O presidente Jair Bolsonaro declarou que o futuro chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República) não será alinhado com o governo, mas com o Brasil. Ele pretende indicar o próximo titular da PGR nesta semana.
“Não é com o governo, é com o Brasil”, respondeu Bolsonaro, quando questionado se o escolhido será alinhado com o governo. “É igual meus ministros; não estão alinhados comigo. Cada ministro conhece a sua pasta. Agora todos que vieram trabalhar comigo sabiam que eu era contra o Estatuto do Desarmamento, o que eu pensava de tudo, sabiam disso aí.”
Na última sexta-feira (09), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, afirmou que a PGR “se apequenou” com “questão menores”. Questionado sobre a declaração, Bolsonaro falou que Oliveira é seu irmão. Ele concordou com o ministro quando este disse que a escolha do PGR será a mais importante do mandato. “Lógico, é igual casamento, né?”, disse Bolsonaro.
Lista tríplice
A lista tríplice formada após eleição feita pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e apresentada ao presidente conta com o subprocurador-geral Mário Luiz Bonsaglia, a subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen e Blal Dalloul, que foi secretário-geral na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. De perfil conservador, Bonsaglia é o que mais tem chances de ser escolhido dentro dos que estão na lista tríplice.
O chefe do Executivo não é obrigado a indicar alguém da lista tríplice, mas desde 2003 essa tem sido a tradição. A partir de 2001, a ANPR passou a promover a escolha da lista, que representa os nomes preferidos da categoria para o cargo.
A lista então é apresentada ao presidente, que tradicionalmente escolhe dali o nome a ser sabatinado pelo Senado Federal antes de assumir o mandato de dois anos à frente da Procuradoria-geral da República. O mandato é dois anos. Até 2001, a escolha do presidente era feita de forma livre, como ocorre, por exemplo, com os membros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Raquel Dodge
Atual procuradora-geral da República, Dodge assumiu o cargo em 2017, sucedendo Rodrigo Janot. De perfil considerado discreto, é um nome considerado “seguro” e tem o apoio de boa parte da classe política e de ministros do STF. Recentemente, Bolsonaro não descartou sua recondução ao cargo.