Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2018
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vai oferecer ao juiz Sérgio Moro uma versão turbinada do Ministério da Justiça. A pasta vai somar as estruturas da Justiça, Segurança Pública, Transparência e Controladoria-Geral da União e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), este último hoje ligado ao ministério da Fazenda. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da agência de notícias Reuters.
O convite será feito pessoalmente na manhã desta quinta-feira (1º), no Rio de Janeiro. O juiz responsável pela Operação Lava-Jato no Paraná visitará o presidente eleito, que estará acompanhado de seu vice, General Mourão.
Ao remodelar o ministério, Bolsonaro pretende reforçar seu discurso de segurança pública e de combate à corrupção.
Moro é visto como juiz linha-dura por sua atuação na Lava-Jato. Partiram dele decisões que levaram à cadeia figuras importantes da política e do meio empresarial, como Marcelo Odebrecht, o ex-presidente Lula e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Decisão
Moro ainda não decidiu se aceitará o convite de Bolsonaro para assumir a pasta, afirmaram à Reuters fontes com conhecimento direto das tratativas.
Uma outra fonte disse que a Justiça Federal de Curitiba vai abrir um processo seletivo para juízes se candidatarem a assumir a 13ª Vara Federal, a de Moro. A informação é que os investigações e processos da Lava Jato não seriam redistribuídos, mas permaneceriam na mesma vara, só que com um novo responsável.
Segundo essa fonte, Moro já teria conversado com equipe de Bolsonaro e feito duas exigências para assumir o cargo: a aprovação das 10 medidas contra a corrupção e que todo o sistema de controle ficasse sob o comando dele. Isso significa que não apenas a reunificação das pastas da Justiça e da Segurança Pública (estrutura em que está a Polícia Federal atualmente), mas também com a presença da Corregedoria e do Ministério da Transparência. Outra fonte disse, contudo, que ainda não está fechado o formato do novo Ministério da Justiça.
A expectativa da equipe de Bolsonaro é de que Moro aceite o convite para assumir o Ministério da Justiça no futuro governo. “Moro acho que já aceitou a proposta do Bolsonaro e falta só um último encontro”, disse uma fonte próxima ao presidente eleito, que pediu para não ser identificada.
Em sua primeira entrevista exclusiva após eleito, Bolsonaro disse que iria convidar Moro para o Ministério da Justiça ou para uma vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso ninguém deixe a corte antes, a próxima vaga no STF será aberta apenas em 2020, com a aposentadoria compulsória do decano Celso de Mello.
Caso decida se tornar ministro do governo Bolsonaro, Moro terá de pedir exoneração do cargo de juiz federal. Isso significa que não poderá voltar ao posto, se eventualmente for demitido pelo futuro presidente da República.