Domingo, 07 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2018
As contas externas registraram em 2017 um rombo de US$ 9,76 bilhões, informou o BC (Banco Central) nesta sexta-feira (26). Em 2016, o déficit foi de US$ 23,54 bilhões. As transações correntes (contas externas) são formadas pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Segundo o chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o resultado registrado em 2017 foi o melhor desde 2007, ou seja, em 10 anos. Essa trajetória de aumento do déficit das contas externas, segundo Rocha, está relacionada à melhora da economia brasileira e ao resultado da balança comercial, que no ano passado registrou superávit (exportações superiores às importações) recorde.
Apenas em dezembro de 2017 o resultado negativo das contas externas foi de US$ 4,32 bilhões. Em dezembro de 2016 o déficit foi de US$ 5,89 bilhões. Para 2018, a previsão do BC é de déficit de US$ 18,4 bilhões.
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou nesta sexta-feira que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 70,33 bilhões em 2017. Em 2016 eles somaram US$ 78,2 bilhões.
O resultado do ano passado é o menor desde 2013, quando os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 69,7 bilhões. Segundo Rocha, o resultado do investimento direto no País ficou abaixo do esperado. “Tínhamos para o ano uma projeção de US$ 75 bilhões”, disse.
Apesar da parcial de janeiro mostrar uma previsão de queda no investimento estrangeiro em relação a janeiro de anos anteriores, Rocha afirmou que a previsão do BC ainda é de crescimento do investimento direto no país em 2018.
“Temos 11 meses para correr. Há ainda uma série de perspectivas de operações de investimentos, concessões e outras coisas que devem se materializar ao longo do ano”, disse. Para 2018, a previsão do Banco Central é de ingresso de US$ 80 bilhões em investimentos diretos no País.
Gastos de brasileiros no exterior
Os gastos dos turistas brasileiros no exterior cresceram 16,6% em dezembro de 2017, para US$ 1,624 bilhão. No acumulado do ano passado, os desembolsos dos brasileiros lá fora subiram 31% em relação a 2016, para US$ 19 bilhões. Em 2016, os gastos de brasileiros no exterior totalizaram US$ 14,49 bilhões.
Em dezembro do ano passado, conforme o BC, os estrangeiros gastaram US$ 501 milhões no Brasil, uma alta de 11% em relação ao mesmo mês de 2016 (US$ 451 milhões). Já durante todo o ano de 2017, os gastos de estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 5,8 bilhões, um recuo frente a 2016, quando somaram US$ 6,024 bilhões.
Nova metodologia do BC
Em abril do ano passado, o BC adotou uma nova metodologia internacional para medir as contas externas. Dentro da conta de serviços, onde estão os gastos com viagens, o BC passou a apresentar novas linhas, como serviços de propriedade intelectual (antigos royalties) e telecomunicações, computação e informações, que capta despesas com software, por exemplo.
A nova metodologia também traz outros serviços – pesquisa, desenvolvimento, publicidade, engenharia, arquitetura, limpeza e despoluição – e trabalhos culturais, pessoais e recreativos.