Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2025
A nova pesquisa Datafolha mostra a profundidade do poço em que a família Bolsonaro jogou a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em votos válidos (excluindo os eleitores que preferem votar branco, nulo ou se dizem indecisos), Lula está na margem de erro para ser reeleito no primeiro turno se for confirmada a candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Veja abaixo os números.
Primeiro turno
– Lula: 49%;
– Flávio Bolsonaro: 22%;
– Ratinho Júnior: 14%;
– Caiado: 8%;
– Zema: 7%.
Segundo turno
Na hipótese de Flávio Bolsonaro chegar num segundo turno, perderia pela maior diferença de votos desde a reeleição de Lula em 2006, segundo os dados do Datafolha. Em votos válidos:
– Lula: 59%;
– Flávio: 41%.
Fragilidade
A inviabilidade de Flávio Bolsonaro diz mais sobre a fragilidade do seu sobrenome do que sobre a força de Lula. As simulações com Michelle e Eduardo Bolsonaro mostram igualmente uma vitória fácil de Lula.
Tarcísio de Freitas
Quando o filho primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro é substituído pelo governador Tarcísio de Freitas, a eleição no segundo turno se torna mais renhida, diz o Datafolha.
Primeiro turno
– Lula: 49%;
– Tarcísio: 27%;
– Ratinho Júnior: 13%;
– Caiado: 7%;
– Zema: 4%.
Segundo turno
– Lula: 53%;
– Tarcísio: 47%.
Ratinho Júnior
No mesmo Datafolha, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, tem desempenho similar ao de Tarcísio, o que sugere que é o sobrenome Bolsonaro que prejudica as chances da oposição:
– Lula: 54%;
– Ratinho: 46%.
Efeito tóxico
Faltando onze meses para as eleições, as previsões políticas sobre o resultado de 2026 devem sempre ser tomadas com cautela. O efeito tóxico da família Bolsonaro, no entanto, é um fato.
Nos últimos seis meses, Eduardo Bolsonaro conseguiu que o governo Trump impusesse ao Brasil o maior tarifaço do mundo, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos por tentar um golpe de estado, as manifestações bolsonaristas encolheram, a proposta de anistia sequer foi à votação no Congresso, Flávio contribuiu para antecipar a prisão do pai, os filhos brigaram publicamente pela escolha da chapa no Ceará e Flavo foi indicado candidato por uma nota no jornal digital Metrópoles.
Enquanto a direita corre atrás do próprio rabo, o governo trabalha. No mesmo período, o governo Lula lançou um programa de gratuidade de luz e gás para 18 milhões de famílias pobres, aprovou a isenção de imposto de renda para 20 milhões de contribuintes, lançou o maior programa de financiamento habitacional para a classe média do século e ampliou o programa de crédito Pé de Meia para todos os estudantes do ensino médio. Em janeiro, o salário mínimo terá reajuste de 7,4%. A Casa Civil segue trabalhando em buscar espaço para um reajuste para o Bolsa Família a partir de janeiro. A Casa Civil trabalhar para colocar em pé um projeto piloto de gratuidade do transporte coletivo no fim de semana. O passe livre nos ônibus será um dos eixos da plataforma de um governo Lula 4, junto com o fim da jornada 6 por 1, aprovada por 8 de cada 10 brasileiros.
O tempo passou na janela e só os Bolsonaros não viram. A anistia ao ex-presidente é um não assunto. Os brasileiros, mostram todas as pesquisas, estão preocupados com suas batalhas diárias, pagar os boletos no fim do mês, gastar horas para ir ao trabalho e viver sob o medo permanente de serem assaltados. A candidatura de Flávio Bolsonaro é um presente de natal para o presidente Lula. As informações são do jornalista Thomas Traumann, da revista Veja.
