Domingo, 02 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Notícias Delator diz que José Dirceu recebeu propina por contratos na Petrobras

Compartilhe esta notícia:

Dirceu alegou que o contrato da JD Consultoria não tem relação com a Petrobras ou o PT. (Foto:Clélio Tomaz/Folhapress)

O empresário Milton Pascowitch, preso na Operação Lava-Jato, relatou aos procuradores do Ministério Público Federal, durante processo de delação premiada, ter intermediado pagamento de propina ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu para que a Engevix, uma das empresas investigadas pela PF (Polícia Federal) na operação, mantivesse contratos com a Petrobras.

Na delação, Pascowitch afirmou que a empresa dele, Jamp, pagou 1,5 milhão de reais para a JD Consultoria, do ex-ministro. Pascowitch foi preso pela PF em maio deste ano na 13 fase da Lava-Jato e levado à superintendência da corporação em Curitiba (PR), mas, na terça-feira, passou a cumprir pena em regime domiciliar em São Paulo, em razão do acordo de delação premiada, homologado pela Justiça Federal na segunda-feira.

Segundo a PF, Pascowitch é suspeito de ser um dos operadores do esquema de corrupção que atuou na Petrobras. A PF disse que ele atuava como elo entre a diretoria de Serviços da estatal e o PT. Conforme a corporação, o contato era feito por meio da JD Consultoria, empresa de Dirceu.

Pela versão do delator, o ex-ministro chegou a prospectar alguns negócios para a Engevix. Mas continuou a receber repasses mesmo quando não havia mais justificativa concreta para as cobranças. Confrontado com uma planilha dos contratos da Engevix e da Jamp, Pascowitch apontou aos procuradores quais pagamentos foram propina e quais envolveram algum tipo de prestação de serviço. De acordo com o empresário, os pedidos de dinheiro também eram feitos pelo irmão e sócio do petista na JD, Luís Eduardo de Oliveira e Silva.

No depoimento, Pascowitch detalhou como começou o esquema de repasse de propina na diretoria de Serviços da Petrobras a partir da nomeação de Renato Duque em 2003, como o aval de Dirceu, então ministro-chefe da Casa Civil. De acordo com o relato de Pascowitch, na época o executivo Julio Camargo, também delator na Lava-Jato, era quem intermediava o pagamento de propinas na diretoria. Pascowitch disse ter passado a distribuir o suborno por volta de 2008, após a entrada da Engevix no projeto Cabiúnas, obra que visava aumentar a capacidade do complexo de terminais que escoa parte do óleo da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

Segundo Pascowitch, uma parte das receitas da Engevix em contratos com a diretoria de Serviços era, primeiro, transferida para Duque, que se encarregava de redistribuí-la ao PT.
Em 2012, Pascowitch ajudou Dirceu a comprar o imóvel ocupado por sua consultoria, um sobrado na avenida República do Líbano, na Zona Sul de São Paulo.

Em depoimento à Justiça, o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada admitiu que os pagamentos a Pascowitch serviram para que ele ajudasse na aproximação com o PT, mas qualificou essa atuação de de “lobby” e nunca reconheceu o pagamento de suborno. Essa aproximação, segundo Almada, incluiu uma reunião entre Pascowitch e o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na qual não foi pedida propina.

Dirceu nega

Dirceu afirmou, por meio de nota, que sua defesa não teve acesso aos termos e ao conteúdo da delação premiada de Pascowitch e que, portanto, não teria como emitir opiniões a respeito. No mesmo documento, Dirceu disse que “não teve qualquer influência na indicação de Renato Duque para a diretoria da Petrobras, informação reafirmada pelo próprio Duque em depoimento em juízo e à CPI da Petrobras”. O ex-ministro disse que “o presidente do Conselho da Engevix, Cristiano Kok, já afirmou que contratou Dirceu para prestar consultoria no exterior na prospecção de novos negócios”.

A nota lembra que Almada confirmou à Justiça a contratação dos serviços de Dirceu no exterior “e foi claro ao afirmar que nunca conversou com o ex-ministro sobre contratos da Petrobras ou doações ao PT” e conclui afirmando que “todo o faturamento da JD Consultoria para a Engevix e Jamp é resultado de consultoria prestada fora do Brasil, em especial no mercado peruano”.

A assessoria do PT informou que não se pronunciaria sobre as acusações feitas pelo lobista Pascowitch no âmbito do acordo de delação premiada. O partido reafirmou que só recebe doações legais e registradas.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Notícias

Os bancos públicos viram os seus índices de inadimplência, atraso superior a 90 dias nos pagamentos, saltar de 2,8% para 3,8%
Justiça nega habeas corpus para executivo da Odebrecht que acompanhou Lula no exterior
https://www.osul.com.br/delator-diz-que-dirceu-recebeu-propina-por-contratos-na-petrobras/ Delator diz que José Dirceu recebeu propina por contratos na Petrobras 2015-07-02
Deixe seu comentário
Pode te interessar