O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Rogério Galloro, enviou determinação na noite de sexta-feira (25) para que todo o efetivo da Polícia Federal fique “em estado de sobreaviso” por causa da paralisação de caminhoneiros.
A ordem vale para delegados, agentes, peritos, papiloscopistas e escrivães. Na prática , eles precisam estar prontos para serem acionados a qualquer momento e se deslocarem para a PF. Galoro também determinou que sejam adotadas todas as medidas necessárias à economia de combustível, e decidiu que devem ser priorizados serviços essenciais.
O comunicado do diretor-geral estabelece que os servidores com carteira de motorista categorias “D” e “E” deverão ficar à disposição para eventual recrutamento. A categoria D é a que permite a condução de veículos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação exceda oito passageiros, como microônibus e ônibus. A categoria E permite a condução de veículos com unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulados.
O decreto do presidente Michel Temer editado na sexta-feira permite, entre outras medidas, a remoção ou a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública. No comunicado, Galloro também determina que seja feito contato com o Poder Judiciário nos estados para verificar a possibilidade de adiamento ou suspensão de providências, como movimentação de efetivo ou transporte de presos – a fim de economizar combustível e priorizar o trabalho de investigação sobre os protestos.
As ordens foram enviadas a superintendentes e diretores, para que sejam repassadas às equipes. A PF abriu inquérito para investigar a associação para prática de locaute e de crimes contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos por causa do protesto de caminhoneiros.
Governadores
Nas últimas 48 horas, ao menos três governadores entraram em contato com o Planalto manifestando preocupação com a guinada no discurso dos caminhoneiros e seus apoiadores nas redes sociais, que passaram a falar contra a corrupção e o governo emedebista. Eles cobraram uma posição enérgica para prevenir um levante nas ruas. Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, chegou a enviar vídeos de convocatórias em defesa de uma intervenção militar a ministros da confiança de Michel Temer.
Os governadores temiam principalmente que o agravamento do desabastecimento em seus estados provocasse uma reedição dos protestos que, em 2013, derrubaram a popularidade não só do governo federal, mas dos políticos de maneira geral.
Auxiliares do presidente dizem que o Planalto passa por um teste de resistência. Eles esperam arrefecimento significativo da crise em dois ou três dias. Esses integrantes do governo avaliam que o uso das Forças Armadas foi uma cartada alta, mas inevitável.
