A inovação é um dos tópicos mais discutidos no meio empresarial contemporâneo e tal debate faz todo o sentido, visto que, sem inovar, as empresas estão restritas a fazerem sempre as mesmas coisas e a trabalharem com os mesmos processos e produtos.
Se esta postura de mercado podia até ser aceita há algumas décadas atrás, hoje, em virtude do dinamismo das economias digitais e do ritmo das inovações que surgem, os empreendedores não têm mais escolha frente ao progresso: ou inova-se ou o negócio está fadado a ser superado pela concorrência. Quem defende este ponto de vista é Latif Abrão Jr., presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing/SP).
Segundo ele, esta é uma das razões para que a inovação não fique apenas no discurso, mas que faça parte de todos os departamentos de um negócio. “Além disso, para que a sociedade como um todo usufrua dos benefícios das atitudes inovadoras, é importante que elas estejam presentes tanto no ambiente público, quanto no ambiente privado”.
Aqui, Latif Abrão Jr. aponta as bases da inovação nas organizações, enfatizando a definição de inovação dada por Tom Peters, um dos principais especialistas em gestão do mundo, ao explicar que “para a empresa excelente, a inovação é a única coisa permanente.” E no que realmente consiste a inovação?
“Uma mentalidade inovadora sabe que ela mesma é responsável pela produção de mudanças, pela condução do futuro e do desenvolvimento econômico. Um exemplo disso são as revoluções econômicas ao longo dos séculos, motivadas por criações inovadoras que vão desde as máquinas a vapor até os robôs de inteligência artificial, os quais se tornam cada vez mais sofisticados ao longo do tempo”.
Para o presidente da ADVB, tudo isso transforma as relações do mercado e, as companhias com maior alinhamento no quesito inovação, tendem a se destacar perante as demais. Em relação a isso, quem deseja difundir um comportamento inovador em um negócio, deve levar em conta ao menos cinco pontos:
Incentivo à criatividade é o primeiro deles. O espaço para uma cultura criativa deve ser desenvolvido, incentivado e validado pelo gestor. É necessário estimular as equipes a produzir novas ideias e ouvir as sugestões que podem trazer benefícios para o negócio. Conhecimento é o segundo ponto. “ O conhecimento é a base para qualquer criação. Buscar por colaboradores ávidos por conhecimento, novos desafios e abertos para a aprendizagem é essencial. Além disso, é preciso incentivar equipes a adquirir novos saberes, afinal, a inovação pode surgir das mais diversas fontes”.
O terceiro apontado apontado pelo dirigente é Integração. “É necessário estimular conversa produtiva e o debate de ideias entre os colaboradores. A troca de experiências é outro pilar que favorece o surgimento das iniciativas inovadoras” . Como quarto ponto ele sustenta a Cultura organizacional, o que fará com que um funcionário colabore para o progresso de um negócio? Além de fatores básicos, como o reconhecimento e a remuneração, é crucial que ele conheça e se identifique com a cultura organizacional da empresa. Deste modo, o negócio terá funcionários motivados, que acreditam no negócio e podem trazer soluções para os desafios diários da companhia. Ele aponta ainda a Liberdade. “Liberdade implica aceitar que, eventualmente, falhas podem ocorrer. Não se devem punir os erros de modo a coibir a criatividade das equipes. Ao contrário, o ideal é dar a chance para que os colaboradores corrijam os processos. Só com real liberdade para o desenvolvimento de ideias é possível ver o surgimento de uma cultura de inovação. Por fim, inovar é apostar no futuro”.