Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2025
O dólar fechou estável na última sexta-feira (31) e encerrou a semana cotado a R$ 5,380, em leve variação positiva de 0,01% em relação à sessão anterior. No mês, a moeda norte-americana teve valorização de 1%, mas no ano ainda acumula perdas de 13%.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, estendeu os ganhos dos últimos dias e celebrou mais um recorde, desta vez fechando em alta de 0,51%, a 149.540 pontos. O pico do pregão, de 149.635 pontos, também renovou a máxima do índice durante o período de negociações. O Ibovespa encerrou outubro com alta de 2,76% e avança 24,4% no ano.
Os catalisadores de movimento de sexta, porém, não foram tão expressivos quanto os do restante da semana, que teve decisão de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) e acordo comercial entre EUA e China.
O foco, então, esteve voltado à formação da Ptax de fim de mês, no mercado de câmbio, e a dados de emprego do Brasil, com investidores de olho nas implicações para a taxa Selic. Na Bolsa, os ganhos de quase 2% da Vale após a divulgação do balanço corporativo do terceiro trimestre também foram impulsionadores para o resultado final.
Pela manhã de sexta, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelaram que a taxa de desemprego do Brasil foi de 5,6% no trimestre até setembro, levemente abaixo do patamar de 5,8% registrado nos três meses encerrados em junho, que servem de base de comparação.
Com o resultado, o indicador voltou a marcar o menor nível da série histórica iniciada em 2012, de acordo com o instituto.
A mínima de 5,6% já havia sido verificada nos trimestres até julho e agosto de 2025. O IBGE, contudo, evita a comparação direta entre intervalos com meses repetidos, como é o caso dos finalizados em julho, agosto e setembro.
Ainda, na quinta, dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) fortalecem a percepção de que o mercado de trabalho segue aquecido. Foram abertas 213 mil vagas em setembro, ante projeção da Bloomberg de 170 mil novos postos.
Além do emprego em nível recorde, a renda também está no maior patamar da série histórica: o rendimento real cresceu 4% no ano, e a massa de rendimento real, 5,5%.
“Dito isso, há indícios de que possamos estar próximos a um ponto de virada: a estabilidade pelo terceiro mês consecutivo na taxa de desocupação sugere pico no indicador, o que é evidenciado pelo comportamento da taxa com ajuste sazonal, que também mostra estabilidade nos últimos meses”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.
É provável que as próximas leituras mostrem o início de uma desaceleração no mercado de trabalho, afirma ele.
Os dados de emprego têm entrado no foco dos investidores nos últimos meses, atentos às implicações dos recordes de empregabilidade na política monetária do BC (Banco Central).
Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), a mensagem passada ao mercado era que a Selic seria mantida em 15% ao ano por tempo “bastante prolongado”.
A autoridade monetária espera uma gradual convergência da inflação à meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Além disso, o Banco Central divulgou que o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 17,452 bilhões em setembro, em linha com expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters. Com o resultado, a dívida pública bruta do país como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) fechou setembro em 78,1%, contra 77,5% no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público foi a 64,8%, de 64,2%.
Os dados sugerem expansão nos gastos públicos, o que tende a acelerar a inflação no médio prazo.
O mercado também disputou a formação da Ptax de fim de mês. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa), o que tende a gerar mais volatilidade no mercado cambial. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.