Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar, na terça-feira (23), a política monetária do Fed (Federal Reserve) e seu titular, Jerome Powell, que acusa de “ficar alegre ao aumentar as taxas de juros”. “Cada vez que fazemos algo genial, ele sobe as taxas de juros”, lamentou Trump em entrevista ao Wall Street Journal, em referência direta a Powell, que o próprio presidente nomeou para o Fed.
“É quase como se ficasse contente em elevar as taxas de juros”, declarou Trump, recordando que seu antecessor, Barack Obama, “teve taxas zero”. Desde o final de 2015 e após quase dez anos de taxas praticamente nulas para sustentar um crescimento que não decolava, o Fed foi progressivamente aumentando os juros, hoje oscilando entre 2% e 2,25%.
Para evitar o crescimento da inflação e o superaquecimento de uma economia fortemente estimulada pela redução de impostos adotada por Trump, o Comitê Monetário do Fed prevê para este ano um novo aumento dos juros, em 0,25%, e seguramente outros três em 2019.
Mas Trump, que se orgulha de sua “economia efervescente”, avalia que a política monetária representa “o maior risco” diante de um “aumento das taxas demasiado rápido” por parte do Fed. A economia americana cresceu 4,2% em ritmo anual no segundo trimestre, o maior nível em quatro anos.
Na sexta-feira (26), o governo publicará a primeira estimativa da expansão para o terceiro trimestre, que deve ficar em torno de 3%, segundo os analistas. Sobre se lamentava ter nomeado Powell para suceder Janet Yellen no Fed, Trump respondeu: “Ainda é cedo para dizer, talvez sim”. “Só posso dizer que não estou contente com o Fed, porque Obama tinha taxas zero.”
Morte jornalista
Trump chamou de “fiasco total” a postura da Arábia Saudita em relação ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que desapareceu em 2 de outubro, após uma visita ao consulado do país em Istambul, Turquia.
A declaração foi dada na terça-feira, e Trump também disse que esse é “um dos piores acobertamentos da história” e que se sente “traído” por Riad. O presidente deve ser atualizado sobre o caso na tarde desta quarta-feira (24). “Saberemos basicamente tudo o que se tem para saber”, acrescentou.
Além disso, Trump cogitou pela primeira vez o envolvimento do príncipe regente Mohammed bin Salman (MbS), líder “de fato” da Arábia Saudita, no homicídio. “Bom, o príncipe cuida das coisas por lá, especialmente nesse estágio, então se fosse alguém, seria ele”, afirmou o magnata ao Wall Street Journal, em resposta a uma pergunta sobre o possível papel de MbS.
Os EUA já haviam negado ou revogado os vistos de 21 cidadãos sauditas acusados de envolvimento na morte de Khashoggi. “Essas sanções não serão a última palavra dos Estados Unidos sobre essa questão”, garantiu o secretário de Estado, Mike Pompeo.
A Arábia Saudita é a principal aliada de Washington no mundo árabe e peça-chave de suas políticas para o Oriente Médio, já que se contrapõe ao Irã. O país é governado por uma monarquia radical sunita e é acusado frequentemente de violações dos direitos humanos, especialmente das mulheres, e de patrocinar conflitos na região.