Porto Alegre terá a quarta edição do Censo da População em Situação de Rua. A prefeitura da capital gaúcha, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Fundação Empresa-Escola de Engenharia da UFRGS (FEENG) assinou, nesta terça-feira (11), o termo de execução que garante a realização do estudo.
Com duração estimada de 18 meses, o Censo tem o objetivo de produzir um diagnóstico completo e baseado em evidências sobre a população em situação de rua em Porto Alegre. O estudo abordará perfil socioeconômico, causas da vulnerabilidade, acesso a serviços públicos e caminhos para a reinserção social.
Dados de março deste ano mostram que homens negros e com idades variando de 30 a 55 anos, é o perfil da população em situação de rua na cidade. Depois das enchentes, o número de pessoas nesta condição aumentou 14,88%, segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, repassados pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Em abril de 2024, o levantamento indicava 4.549 pessoas cadastradas vivendo nas ruas. Em fevereiro deste ano, o número chegou a 5.226.
De acordo com o secretário municipal de Inclusão e Desenvolvimento Humano, Juliano Passini, a ação representa um marco na qualificação das políticas públicas. “Com este levantamento técnico e em parceria com a UFRGS, estamos investindo em inteligência social. O Censo vai nos proporcionar números fidedignos e orientar para que cada política, ação e recurso sejam direcionados onde realmente há necessidade. É uma ferramenta estratégica para reconstruir, com base em dados, o futuro de quem mais precisa”, destaca.
O secretário municipal de Assistência Social, Matheus Xavier, destacou a importância do levantamento como ferramenta estratégica para aprimorar as políticas públicas voltadas à população em situação de rua. “É fundamental termos dados precisos para ampliar nossas ofertas de serviços e garantir que cada vez mais pessoas possam superar essa condição. Nosso trabalho no governo tem esse propósito: promover autonomia e dignidade, porque essas pessoas merecem reconstruir suas vidas”, afirma.
O secretário-adjunto de Planejamento e Gestão de Porto Alegre, Jonas Machado, ressaltou o compromisso da gestão em transformar o diagnóstico da população em situação de rua em ações concretas. “Tiramos este projeto do papel, e isso só foi possível graças ao empenho de toda a equipe envolvida. Não podemos normalizar a realidade que vemos nas ruas: todos nós somos humanos. Sabemos que Porto Alegre não enfrenta a situação mais crítica do país, basta olhar para outros grandes centros. Ainda assim, é preciso se indignar, e é por isso que priorizamos este Censo, que servirá de base para uma série de outras políticas públicas”, revela.
