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Estudos com plasma contra o coronavírus avançam na Itália

O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue de um paciente curado que concentra os anticorpos produzidos para enfrentar o vírus após a infecção. (Foto: EBC)

Os estudos que utilizam anticorpos presentes no plasma sanguíneo de curados do novo coronavírus estão apresentando resultados “promissores” na Itália. A informação é do diretor do departamento de doenças infecciosas do Instituto Superior da Saúde (ISS), Giovanni Rezza, que falou à emissora Rai Tre sobre um dos principais focos das pesquisas para descobrir tratamentos contra a Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

“Esperamos com ansiedade e esperança provas científicas de sua eficácia”, acrescentou Rezza. Diversos hospitais italianos, como os de Pavia e Mântua, estão usando plasma de curados para tratar pacientes infectados.

No entanto, segundo Reza, esse tratamento dificilmente pode ser reproduzido em larga escala, já que leva tempo para ter resultado, mas pode dar origem a outras terapias, como a que usa anticorpos monoclonais, ou seja, versões de laboratório dos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico. O plasma é a parte líquida do sangue e transporta substâncias, como proteínas, e anticorpos.

Cansados do isolamento

Cansados do isolamento de coronavírus mais longo da Europa, os italianos marcaram esta segunda-feira nos calendários há um mês desde que o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, indicou pela primeira vez que esta poderia ser a data em que a vida voltaria a algo parecido com o normal.

Agora, a empolgação se arrefeceu com o conhecimento de que, no final das contas, muitas das restrições das últimas oito semanas continuarão em vigor, e existe muita confusão sobre quais serão revogadas.

Como quase 29 mil mortes da Covid-19 desde que seu surto emergiu, em 21 de fevereiro, a Itália tem o segundo maior número de mortes, só perdendo para os Estados Unidos.

Além disso, a taxa diária de fatalidades e infecções novas diminui mais gradualmente do que o governo esperava, levando Conte a adotar uma abordagem mais paulatina para encerrar o isolamento, que será ajustado constantemente dependendo das tendências do contágio.

Ainda estamos nas garras da pandemia”, disse ele em uma entrevista ao jornal La Stampa no domingo, enfatizando que a chamada “fase 2” do isolamento “não deve ser vista como um sinal de que estamos todos livres” e de que as coisas podem voltar ao normal.

As pessoas poderão sair de casa com mais liberdade e mais locais de trabalho terão permissão de reabrir, contanto que cumpram as regras de distanciamento social, mas a maioria das lojas continuará fechada até 18 de maio, e restaurantes e bares só podem realizar entregas.

Escolas, cinemas, teatros, museus e cabeleireiros continuam fechados, e devem ser reabertos em datas futuras escalonadas.

Os parques reabrirão nesta segunda-feira, e os italianos poderão correr e fazer outras atividades ao ar livre se mantiverem uma distância de dois metros.

Máscaras serão obrigatórias em todos os ambientes fechados, e poderão ser compradas em farmácias a um preço subsidiado de 0,5 euro.

O afrouxamento do isolamento está sendo prejudicado pela falta de clareza sobre quais atividades exatamente serão permitidas a partir desta segunda-feira e até quais casas as pessoas poderão visitar.

A confusão só foi agravada pelas diretrizes emitidas pelo governo no final de semana, que logo se tornaram o foco de críticas generalizadas e de deboches nas redes sociais.

Estas determinaram que visitas até mesmo a parentes distantes serão permitidas, além de visitas a qualquer um com “um laço afetivo estável”.

Mas elas não explicaram se uma amizade conta como um laço afetivo estável, até uma mensagem extraoficial do escritório do premiê a veículos de imprensa explicar que estas visitas ainda não estão liberadas. As informações são das agências de notícias Ansa e Reuters.

 

 

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