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Brasil Fernando Haddad repetiu uma acusação equivocada de que o vice de Bolsonaro foi torturador durante a ditadura militar

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Erro do petista (foto) começou com declaração do cantor Geraldo Azevedo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em entrevista a jornalistas nessa terça-feira, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse que o general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), atuou como torturador durante a ditadura militar que governou o Brasil (1964-1985). A afirmação, no entanto, é falsa e se baseou em uma declaração do cantor e compositor Geraldo Azevedo, que já se desculpou pelo erro.

“Bolsonaro é figura desimportante no meio militar. Mas o Mourão, por exemplo, foi ele próprio torturador. Geraldo Azevedo declarou até em um show que foi pessoalmente torturado por ele. Ao ver um torturador a par de uma figura como Bolsonaro, eu acho que deveria causar temor nos brasileiros minimamente comprometidos com o estado democrático de direito”, afirmou o petista.

“Eu nunca vi o Lula pronunciar essa palavra, ‘fascista’, para se referir a ninguém. E eu mesmo nunca pronunciei antes do Bolsonaro. E o Bolsonaro, você me desculpe, mas eu, como cientista político, tenho direito de dizer que ele é fascista. Ele tem como vice um torturador, que é o Mourão, e tem um torturador como ídolo, que é o Ustra”, ressaltou, em referência ao falecido general Caros Alberto Brilhante Ustra, autor confesso de violações a presos políticos durante o regime ditatorial.

Origem do equívoco

Em um show na Bahia no último fim de semana, Azevedo disse que foi preso duas vezes na ditadura e que foi torturado em 1969. Segundo o artista, o general Hamilton Mourão era um dos torturadores. “Olha, é uma coisa indignante, cara. Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado. Você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá”, disse o cantor, no show.

Em 1969, ano em que Azevedo disse ter sido torturado, Mourão tinha 16 anos e era aluno do Colégio Militar em Porto Alegre. Ele só ingressou no Exército em 1972. Além disso, no relatório final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, não há qualquer menção ao general. O documento foi resultado de um trabalho que colheu mais de mil depoimentos e realizou 80 audiências e sessões públicas pelo País.

Após a repercussão do caso, a assessoria de Geraldo Azevedo divulgou nota na qual o músico se desculpou pelo “equívoco”: “No último fim de semana, Geraldo declarou em um show no interior da Bahia que o general Mourão era um dos torturadores da época de suas prisões. No entanto, o vice-presidente do candidato Jair Bolsonaro não estava entre os militares torturadores. Geraldo Azevedo se desculpa pelo transtorno causado por seu equívoco e reafirma sua opinião de que não há espaço, no Brasil de hoje, para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e que cerceia as liberdades individuais e de imprensa”, diz o texto da nota.

Em entrevista ao Blog da Andréia Sadi depois da declaração de Haddad, o general Mourão disse que “cabe processo” contra o cantor e acusou o candidato do PT de “fake news”. Mais tarde, no Rio Grande do Sul, indagado se pretende acionar Haddad na Justiça, Mourão respondeu: “Pretendo, porque eu tenho família e a minha família não gostou nada disso aí”.

Segurança pública

Na mesma entrevista dessa terça-feira, Haddad apresentou proposta na área da segurança pública. Ele defendeu dobrar o contigente da Polícia Federal e voltou a criticar a proposta de Bolsonaro para facilitar o acesso a armas pelo cidadão comum. Segundo ele, a proposta é “demagógica” e não deu certo em nenhum lugar do mundo.

“Minha proposta é uma proposta de fácil compreensão. Eu quero dobrar o contingente da polícia federal e quero como governo central assumir parte das responsabilidades que hoje são dos estados, para liberar as forças estaduais para proteger o cidadão. Hoje, o Estado, as forças do estado, polícia militar e polícia civil estão sem foco. Nós precisamos criar o sistema único de segurança pública e passar a fazer a gestão deste sistema também centralizadamente. A União vai ter que assumir certas responsabilidades com a segurança pública”, afirmou

 

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https://www.osul.com.br/fernando-haddad-repetiu-uma-acusacao-equivocada-de-que-o-vice-de-bolsonaro-foi-torturador-durante-a-ditadura-militar/ Fernando Haddad repetiu uma acusação equivocada de que o vice de Bolsonaro foi torturador durante a ditadura militar 2018-10-24
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