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FMI reduz a projeção da inflação no Brasil de 9,4% para 6% em 2022

 (Foto: Reprodução)

O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu sua estimativa para a inflação no Brasil neste ano de 9,4% para 6,0%, apontou o relatório de perspectiva econômica regional do hemisfério ocidental. Para 2023, o FMI manteve a previsão de 4,7% relativa ao IPCA. A instituição não alterou as previsões para o crescimento do País de 2,8% em 2022 e 1,0% para o próximo ano.

O FMI destacou o aumento da taxa básica de juros no País de 2% para 13,75% ao ano para conter a crescente inflação entre 2021 e 2022. “Depois de retirar o apoio excepcional (ao combate) da pandemia, o governo relaxou a postura fiscal neste ano, inclusive com a aprovação de medidas para reduzir impostos para diminuir preços de energia e expandir a rede de proteção social”, segundo a instituição.

Na avaliação do Fundo em relação ao Brasil, “a dívida pública continua alta em meio ao potencial de crescimento relativamente modesto.”

Para o FMI, entre as prioridades de política econômica para promover um crescimento inclusivo e consolidação fiscal estão as reformas tributária e administrativa, “reduzir o gasto obrigatório, promover o comércio internacional e diminuir a rigidez do mercado de trabalho.”

Política Monetária

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), alertou que o aumento dos gastos públicos e a incerteza sobre as contas em 2023 podem elevar as expectativas de inflação e informou que retomará o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

Em reunião na semana passada, diante da queda da inflação dos últimos meses, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano.

“O Comitê avalia que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionem a demanda agregada e piorem as expectativas sobre a trajetória fiscal. O Comitê reitera que há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos, grau de incerteza na economia e expectativas de inflação”, disse a ata da última reunião do Copom, divulgada na terça-feira (1º), em Brasília.

Ao optar pela manutenção da taxa de juros, o colegiado reforçou a necessidade de avaliação, ao longo do tempo, dos impactos acumulados “do intenso e tempestivo ciclo de política monetária já empreendido”. A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Essa foi a segunda vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, esclarece a ata.

Para o Copom, já são perceptíveis os impactos do aumento dos juros nos dados de crédito e atividade econômica. “Nota-se um impacto nos dados recentes referentes tanto à composição das concessões de crédito para as famílias quanto ao aumento moderado da inadimplência, em parte associados a uma dinâmica na renda real disponível que sugere retração”, avaliou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Brasil.

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