Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2020
Governo e Cpers se reuniram na manhã desta quarta-feira (08) na sede da Secretaria da Educação
Foto: Cpers/TwitterApós um primeiro encontro no dia anterior, uma nova reunião entre o governo gaúcho e o Cpers-Sindicato foi realizada na manhã dessa quarta-feira sem um acordo capaz de encerrar a greve dos professores da rede pública estadual, deflagrada no dia 18 de novembro. A solução para o impasse ainda tem como obstáculos o corte do ponto pelos dias parados e a recuperação das aulas.
O movimento, que conforme a entidade do magistério mantém 132 das 2,5 mil instituições de ensino totalmente paralisadas no Rio Grande do Sul, deve continuar por tempo indeterminado. Na audiência dessa quarta-feira, representantes do Palácio Piratini frisou propôs o pagamento integral dos salários da categoria relativos aos dias paralisados, por meio de folha suplementar a ser rodada em até cinco dias úteis partir do fim da paralisação.
No entanto, o desconto pelos dias parados seria mantido, diluído de forma parcelada ao longo de seis meses. Quando for concluída a recuperação dos 25 dias de aulas perdidos em 2019, o Estado propõe uma nova rodada de negociação para discutir se mantém o desconto ou não.
“Na base da confiança, estamos estabelecendo uma trégua ao impasse, priorizando os estudantes e toda a comunidade escolar”, declarou o secretário da Casa Civil, Otomar Vivian. Ao seu lado estavam os colegas Faisal Karan (Educação), Leany Lemos (Planejamento, Orçamento e Gestão) e Eduardo Cunha da Costa (Procuradoria-Geral do Estado).
Após a reunião, a cúpula do Cpers criticou a proposta do Executivo, mas deixou a questão em aberto, prometendo levá-la para que a categoria decida por meio de uma assembleia-geral na semana que vem. Confira, a seguir, a íntegra da nota divulgada no site do sindicato dos professores.
Nota do Cpers
“A proposta apresentada nessa quarta-feira pelo governo constitui-se em um flagrante ataque ao direito de greve. O Piratini propõe o pagamento em folha suplementar dos salários cortados mediante o fim da greve e a recuperação das aulas. Mas descontará, ao longo de seis meses, os dias parados do contracheque dos educadores(as). Mesmo após a recuperação. Ou seja, o corte de ponto seria parcelado, ao invés de integral. Assim mantendo a penalização dos grevistas.
Diante do exposto, que não condiz com o pleito da categoria expresso no dia 20 de dezembro, convocamos nova Assembleia Geral para discutir com a base, a ser realizada na próxima terça-feira (14), às 13h30min, no pátio do colégio Candido José de Godoi. Até lá, a greve continua. Após, a categoria decidirá.
Ressaltamos que, enquanto o governo desvia o foco e ganha tempo sem solucionar o impasse, articula a votação do pacote para o final de janeiro. É preciso compreender este movimento do governo para fragilizar o Sindicato e a resistência, que se mostrou inquebrantável no último período.
Independente da situação da greve e da recuperação das aulas, estaremos em peso em Porto Alegre na semana da votação dos projetos. Sigamos fortes e mobilizados para evitar a destruição da escola pública. Avante educadores(as), de pé!”
(Marcello Campos)
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