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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2017
Os 42 anexos do acordo de delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, indicam que o grupo JBS pagou R$ 1,4 bilhão em propinas para políticos de 28 partidos. Os valores nominais de 214 pagamentos constam dos depoimentos e planilhas apresentados pelos delatores. Em valores, o grupo concorre com a Odebrecht, cuja delação listou R$ 1,68 bilhão em repasses para 26 legendas.
Os repasses envolvendo a JBS podem ser maiores ainda se forem consideradas todas as doações eleitorais legais. O total relatado nos anexos é mais que o triplo do que Joesley Batista havia admitido ter pago como propina (R$ 400 milhões) e mais do dobro do que afirmara Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais da empresa (R$ 600 milhões).
Em seus pagamentos, a JBS foi mais governista do que a Odebrecht. Segundo os relatos dos delatores, o grupo direcionou R$ 616 milhões a integrantes do PT (43,5% do total) e R$ 453 milhões para peemedebistas, enquanto a Odebrecht havia reservado 25,4% de seus repasses para os petistas e 14,7% ao PMDB.
Em ambas delações, o PSDB – até 2016 na oposição – aparece em terceiro lugar como beneficiário de propinas. Do dinheiro da JBS, os tucanos ficaram com R$ 90 milhões (6,3% ), um pouco menos do que receberam da Odebrecht (8,9% do total).
Em quarto lugar na lista de repasses da JBS está o PSD, do ministro Gilberto Kassab, com 51,6 milhões (3,6 % do total). O PSD nasceu governista, durante a gestão de Dilma Rousseff (PT), e se mantém assim com Michel Temer (PMDB).