Centenas de milhares de civis podem ficar sem suprimentos de comida se as forças do governo da Síria tiverem sucesso em sua ofensiva para cercar áreas rebeldes da cidade de Aleppo, declarou a ONU (Organização das Nações Unidas) nessa terça-feira, alertando para uma nova fuga em massa de refugiados. As forças oficiais sírias, apoiadas pelos ataques aéreos da Rússia e por combatentes do Irã e do grupo libanês Hezbollah, lançaram uma grande operação na região interiorana ao redor de Aleppo, que está dividida entre o governo e os rebeldes há anos.
O ataque para retomar a cidade, outrora a maior da Síria com cerca de dois milhões de habitantes, equivale a uma das mais importantes reviravoltas nos cinco anos de guerra civil, que já matou 250 mil pessoas e expulsou 11 milhões de suas casas. A ONU teme que o avanço governamental interrompa o último elo entre as porções de Aleppo dominadas pelos rebeldes e a principal passagem de fronteira turca, que vem servindo como o único meio de sobrevivência dos ocupantes de territórios em mãos dos insurgentes.
“Se o governo da Síria e seus aliados cortarem a última rota de fuga remanescente no Leste da cidade de Aleppo, isso deixaria até 300 mil pessoas que ainda residem na cidade privadas de ajuda humanitária”, afirmou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, em um boletim de caráter urgente.
