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Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2016
O delator Milton Pascowitch, que diz ter pago propinas ao ex-ministro José Dirceu, afirmou em novo depoimento ao juiz Sérgio Moro que o petista gastava muito mais do que ganhava. Em seu depoimento, Pascowitch afirmou que Dirceu chegou a prestar consultoria, mas depois “desvirtuou” e voltou a agir como “um ser político”, não como um consultor.
“As consultorias eram delegadas. Ele tinha contratos de 20 mil reais, 30 mil reais por mês, e despesas de 800 mil reais, 1 milhão de reais”, disse o delator, que fez pagamentos à empresa de Dirceu, a JD Consultoria, e quitou despesas pessoais do ex-ministro, como a reforma de uma casa e a compra de um imóvel para uma filha dele.
Segundo Pascowitch, a partir de 2007, Dirceu se tornou “absolutamente alheio” à administração de sua consultoria, que ficou a cargo do irmão dele, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva.
O delator disse que repassava ao escritório do ex-ministro dinheiro de propina de contratos da Petrobras, pois Dirceu havia participado da indicação do ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, condenado na Operação Lava-Jato. Foi Dirceu, segundo o delator, quem autorizou também que fossem feitos pagamentos de 30 mil reais, mensalmente, a Luiz Eduardo e Roberto Marques, assessor do ex-ministro conhecido como Bob.