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Mais da metade da população brasileira evita usar celular na rua por medo de roubo

Conforme os números apresentados pela pesquisa, as mulheres têm mais receio de serem assaltadas em comparação aos homens. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Mais da metade dos brasileiros evita utilizar o seu celular enquanto caminha pela rua por medo de ser assaltada, de acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (16) pelo Datafolha. Segundo o levantamento, que realizou entrevistas com 1.743 pessoas, 60% da população prefere manter o aparelho guardado enquanto está fora de casa. Os dados variam quando acrescentados aspectos sociais e econômicos.

Conforme os números apresentados pela pesquisa, as mulheres têm mais receio de serem assaltadas em comparação aos homens. Enquanto 68% delas deixa de utilizar o celular quando estão fora de casa para não correrem o risco de serem abordadas, a proporção entre os homens é de 53%. Pessoas com 60 anos ou mais também costumam ser mais receosas (68%) que aquelas entre 16 e 24 anos (57%).

Quando considerado a presença de ensino superior, a taxa passa para 67%. Fatores econômicos, pela pesquisa, também interferem no sentimento de medo de ser assaltado: 63% das pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 3.036) evita usar o celular nas ruas, enquanto 53% dos que recebem de cinco a 10 salários mínimos (entre R$ 7.590 e R$ 15.180) adotam a mesma cautela.

Quanto aos territórios, os valores apresentados pelo Datafolha trazem que, nas capitais brasileiras, o índice sobe para 69%, enquanto nas cidades do interior a taxa é de 56%. Os números também variam entre aqueles que em municípios com mais de 500 mil habitantes (68%) ou com menos de 50 mil (50%).

O último dado apresentado diz respeito à quantidade de pessoas furtadas ou roubadas no último ano: 73% responderam “sim” à pergunta e 59% “não”. Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Brasil teve 498.516 celulares furtados e 419.232 roubados no último ano. São Paulo, com 287.849 casos, foi o estado com mais registros de furto e roubo de aparelhos, sendo seguido por Rio de Janeiro, com 58.813, Minas Gerais, com 50.711, e Pará, com 50.157.

Subnotificação

Os entrevistados que declararam ter sido vítimas de crimes como roubos, fraude, estelionato, vazamento de dados pessoais na internet e ameaças apontaram também para um índice alto de subnotificação desses casos.

A proporção de vítimas que registram essas ocorrências na Polícia Civil passa de 50% apenas no caso dos roubos: seis em cada dez disseram ter feito Boletim de Ocorrência. Entre as vítimas de fraude bancária, apenas 39% registraram a ocorrência, mesmo que o valor médio do prejuízo tenha sido de R$ 3.448, mais do que dois salários mínimos.

Situações como clonagem de celular, fraude em investimentos, golpes envolvendo o Pix, invasão de perfis nas redes sociais, vazamento de dados e ameaças por telefone ou mensagem tiveram subnotificação de 70% dos casos ou mais. (Com informações dos portais O Globo e Folha de S.Paulo)

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