Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2020
LJonty Bravery, o britânico que empurrou um menino de seis anos do décimo andar do museu Tate Modern, em Londres, foi condenado à prisão perpétua, com pelo menos 15 anos de prisão obrigatória, de acordo com o veredito. Após vários dias de julgamento, a juíza Maura McGowan, do tribunal de Old Bailey, declarou Bravery culpado por tentativa de assassinato.
No Reino Unido, nas sentenças de prisão perpétua, o juiz especifica um tempo mínimo que o condenado deve passar na prisão antes de poder solicitar a liberdade condicional, embora o tribunal tenha anunciado que isto talvez nunca ocorra no caso de Bravery. “Passará a maior parte, ou a totalidade, da sua vida enclausurado. É possível que nunca seja liberto”, declarou McGowan durante a leitura da sentença.
Durante o julgamento foi explicado como Bravery investigou qual era o edifício mais alto de Londres e, em 4 de agosto de 2019, foi ao arranha-céu The Shard, localizado no distrito financeiro da capital, mas quando percebeu que não tinha dinheiro suficiente para a entrada, foi à Tate Modern, cujo acesso é gratuito. No décimo piso da galeria, Bravery encontrou a vítima, um menino francês que passava férias com a família. Após ser empurrada, a criança foi resgatada no quinto andar pelos serviços de emergência e sobreviveu, mas sofreu graves lesões que a deixaram em cadeira de rodas e com dificuldades para respirar e falar.
A juíza McGowan destacou na sentença “o medo” do menino e “o horror” que os pais tiveram que suportar devido ao ataque “inimaginável”. Testemunhas declararam que Bravery sorriu depois da agressão. A defesa do condenado argumentou que ele foi diagnosticado com autismo aos cinco anos, o que desenvolveu um transtorno mental que o levou a cometer o crime. Bravery, que tinha 17 anos quando cometeu o crime, disse após ser preso que “queria aparecer nas notícias para que todos, principalmente os pais, pudessem ver o erro que tinham cometido” por ele não ter sido internado.
Outro caso
O distanciamento social exigido pela pandemia do novo coronavírus fez com que muitas profissões se adequassem à novas formas de trabalho. Um juiz de Carlisle, na Inglaterra, condenou um homem à prisão remotamente, pelo Skype de um iPhone.
Embora o Skype já havia se tornado uma ferramenta integrante do tribunal desde o início da quarentena, em março, acredita-se que foi a primeira vez na história que um iPhone foi usado para proferir uma sentença. O juiz do tribunal da corte, Nicholas Barker, estava usando um laptop para a videochamada, mas dificuldades técnicas o forçaram a recorrer a um smartphone.
A sentença de 26 meses de prisão foi proferida ao ex-soldado Andrew Ryan, de 41 anos, que admitiu ter esfaqueado seu irmão em dezembro do ano passado. Matthew Ryan teve um pulmão perfurado, mas sobreviveu ao ataque. Alguns tribunais na Inglaterra permanecem fechados após um bloqueio em todo o país.