Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2016
Estamos em novembro, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença é a segunda maior causa de morte no País por câncer entre homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. A estimativa é que, em 2016, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), sejam diagnosticados 61 mil novos casos de tumores de próstata no Brasil, sendo estimadas mais de 13 mil mortes este ano no País. Em âmbito mundial, também é o segundo câncer em incidência e o quinto em mortalidade nos homens. De acordo com o Globocan 2012, são registrados 1,1 milhão de novos casos por ano de câncer de próstata e cerca de 300 mil mortes.
Em meio a este cenário, há uma boa notícia. Diagnosticar a enfermidade em fase inicial possibilita que o tratamento tenha êxito em nove entre dez casos. Isso aliado a uma terapia individualizada com ênfase em redução de sequelas e complicações com o máximo de resultados. Levantamento feito por um hospital brasileiro evidencia a importância do rastreamento. Neste estudo, foram analisados os registros de 3.027 pacientes diagnosticados e tratados entre 2000 e 2011 e constatou-se que, em 76% dos casos, a doença foi diagnosticada em fase inicial (dados que contrastam com os números americanos, onde mais de 90% são diagnosticados nesta fase) sendo que apenas 5% deles descobriram a doença abaixo dos 50 anos. Este alto índice de diagnóstico precoce propiciou procedimentos menos invasivos – cirurgias por vídeo (laparoscopia e robótica) e por ultrassom focalizado de alta frequência – que exigem menos tempo de internação, menos risco de complicações e, em casos de sequelas, menor tempo de recuperação, proporcionando assim melhor qualidade de vida para o paciente. E, o melhor nisso tudo, é que mais de 95% desses pacientes estavam vivos cinco anos depois do tratamento.
A idade mínima preconizada para a realização dos exames PSA e toque retal é de 50 anos, antecipando para 45 em caso de pacientes de pele negra, obesos, com histórico familiar ou ainda em caso de mutação nos genes BRCA 1 ou 2, os mesmos que estão ligados a síndrome de câncer de mama e ovário. A avaliação, caso a caso, é feita pelo especialista levando em conta a junção do exame físico (toque retal) à análise de dosagem do nível de PSA. Outros exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico. Somente a biópsia pode confirmar ou não a presença de um câncer.
Novembro Azul.
Dentre os objetivos da campanha Novembro Azul está transmitir aos homens que não é necessário esperar o aparecimento de um sintoma para procurar um especialista. Muito pelo contrário. Em seus estágios iniciais, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Portanto, o fato de não sentir qualquer desconforto não deve ser visto como fator limitador para a realização de exames nas idades preconizadas.
A atividade física atua na prevenção do câncer ao ser um elemento contra o sobrepeso ou diferentes graus de obesidade. Isso porque a obesidade desregula múltiplas vias hormonais, estando associada a altos níveis de insulina, baixos níveis de adiponectina (hormônio proteico que modula vários processos metabólicos, incluindo a regulação da glicemia, o catabolismo de ácidos graxos), baixos níveis de testosterona, altos níveis de citocinas inflamatórias (que afetam a resposta imune) e cada um destes fatores podem ser determinantes para a progressão do câncer.