Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de novembro de 2018
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (16), após o mercado ter reagido bem à indicação do economista Roberto Campos Neto para substituir Ilan Goldfajn no BC (Banco Central) na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro, e após autoridades do Federal Reserve colocarem em dúvida a trajetória de juros dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana caiu 1,28%, vendida a R$ 3,7372. Na mínima da sessão da moeda chegou a 3,7306, e na máxima foi a 3,7825. No mês, a moeda acumula alta de 0,39%. No ano, a valorização é de cerca de 12%.
Na quarta-feira (14), o dólar fechou em baixa de 1,13% ante o real, a R$ 3,7855.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a B3, fechou em forte alta nesta sexta, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que a China busca um acordo comercial, e com a reação positiva do mercado à indicação de Roberto Campos Neto para presidir o Banco Central.
O Ibovespa subiu 2,96%, aos 88.515 pontos. Veja mais cotações. Na semana, a bolsa acumulou alta de 3,36% e, no mês, 1,25%.
Eletrobras liderou as altas do dia, com avanço acima de 7%. Petrobras, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco subiram perto de 2%, 3% e 4%, respectivamente, e contribuíram para manter o índice no azul.
No último pregão, na quarta-feira (14), o índice fechou em alta de 1,25%, aos 85.973 pontos.
Cenário externo
Nos Estados Unidos, o vice-chair do Federal Reserve declarou que a taxa de juros norte-americana está perto das estimativas do banco central de uma taxa neutra e que o neutro “faz sentido”, influenciado na cotação do dólar ante uma cesta das principais moedas. O Fed já elevou os juros três vezes neste ano e há ampla expectativa de que os eleve novamente em dezembro.
No exterior, predominou também a cautela em relação ao Brexit, depois que a premiê britânica, Theresa May, anunciou que se mantém firme à retirada do Reino Unido da União Europeia em março, mesmo após renúncia de importantes ministros, destaca a agência Reuters. O jornal “Telegraph” reportou que May passará por uma moção de censura na próxima semana, o que ameaça seu governo e coloca a aprovação do seu plano de Brexit em xeque.
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,8 bilhões de dólares do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Banco Central
Na quinta-feira (15), quando o mercado brasileiro esteve fechado, a equipe de Bolsonaro também anunciou que o economista Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional, que ocupa desde abril de 2018.
Em nota divulgada nesta sexta, a assessoria de imprensa do BC informou ainda que os atuais diretores colocaram-se à disposição do presidente indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, e que o diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, permanecerá no cargo “por tempo considerável” após chegar a entendimento com o futuro presidente do BC. O BC possui 8 diretorias.
Para poder assumir o BC, ele será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal e terá de ter seu nome aprovado. Também precisará passar pelo crivo do plenário da Casa. O presidente do Banco Central tem “status” de ministro. Deste modo, tem foro privilegiado.
Próximo a Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, a partir de 2019, Campos Neto é, atualmente, responsável pela tesouraria do banco Santander.
Na visão da equipe da XP Investimentos, a manutenção de Mansueto no Tesouro e a indicação de Roberto Campos Neto reforçam o perfil liberal da equipe.
A equipe da Brasil Plural acrescenta que Campos Neto, que era diretor de Tesouraria do Santander Brasil, é próximo ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua nomeação é mais um sinal de que Guedes terá autonomia na condução da política econômica, conforme nota distribuída a clientes.