Por Redação O Sul | 19 de março de 2019
Primeira instituição privada do Sul do País a contar com um programa de medicina robótica, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, lançou um núcleo dedicado à modalidade. Dentre os principais objetivos da iniciativa estão a qualificação de um número ainda maior de profissionais e ampliação das especialidades atendidas por meio dessa tecnologia.
Recentemente, um evento no anfiteatro do hospital enalteceu os resultados positivos do primeiro ano de cirurgias robóticas realizadas pelo setor. Ao longo desse período, foram 107 intervenções com utilização de robô – 95% delas na área da urologia.
A iniciativa será expandida para as áreas de cirurgia geral, torácica, ginecologia, proctologia e cabeça e pescoço. Dentre os principais benefícios desse recurso tecnológico estão a maior precisão nos procedimentos e a diminuição do tempo de recuperação. Com isso, também são reduzidos o risco de infecções e os custos referentes a internações de pacientes.
O médico Luiz Antonio Nasi, superintendente médico do hospital, ressalta que outros 26 colegas deverão ser treinados neste ano, conforme previsto pela expansão do programa – atualmente são 17 profissionais capacitados para operar com o auxílio do robô:
“Esse é um projeto estratégico do hospital. O foco é promover a cirurgia minimamente invasiva, que busca maior precisão, rápida recuperação e redução do tempo de hospitalização. Trata-se de um projeto de sucesso pelos excelentes resultados clínicos e pela animadora dedicação dos nossos cirurgiões”.
Já o superintendente administrativo da instituição, Evandro Luis Moraes, acrescenta que já estão em fase inicial as negociações para a aquisição de mais um robô de última geração. Destaca, ainda, que nas próximas semanas deve chegar um moderno simulador para o treinamento dos profissionais.
Vantagens para médicos e pacientes
Conforme o médico Eduardo Carvalhal, chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento, há ganhos reais e já comprovados no que se refere aos pacientes submetidos à cirurgia robótica.
“A tecnologia facilita muito o acesso a regiões mais complexas do corpo e reduz o cansaço dos cirurgiões e o desconforto do paciente. O índice de continência imediata [não vazamento de urina após retirada da sonda] foi de cerca de 70%. E muitos recuperaram a função sexual em menos de um mês”.
Uma pesquisa em andamento com pacientes atesta os ótimos resultados do trabalho neste primeiro ano e a boa aceitação por parte de quem foi atendido pelo serviço, garante a instituição de saúde. De acordo com dados iniciais, 98% dos pacientes contatados recomendariam a cirurgia robótica a outro paciente.
Para o médico André Berger, líder do Programa de Cirurgia Robótica, os resultados obtidos são até mesmo superiores aos de grandes centros médicos que atuam nessa esfera em outros países.
“O Núcleo legitima o Programa de Cirurgia Robótica como referência nacional e até mesmo internacional. Além de oferecer um tratamento com qualidade e segurança aos pacientes e da capacitação dos profissionais associados ao corpo clínico do hospital, dará suporte e promoção a cursos para médicos, estudantes de Medicina e profissionais de saúde não vinculados ao programa”.
(Marcello Campos)
