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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, busca uma aproximação com Bolsonaro para se manter no cargo

Político do DEM deve colocar em votação o projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Após as eleições do próximo domingo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve colocar em votação o projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. O texto facilita a posse de armas pelos cidadãos em suas casas, retirando a exigência de comprovação da necessidade para a compra.

A medida está entre as bandeiras defendidas pelo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, de quem Maia busca se aproximar para tentar se manter no comando da Casa. Pelo texto, seriam mantidas as exigências de não ter antecedentes criminais, comprovar curso de tiro e passar por exame psicotécnico.

A proposta já foi aprovada em comissão em 2015 e pode sofrer alterações durante votação no plenário. O texto tem o apoio da chamada “bancada da bala”, da qual o próprio Bolsonaro é um dos integrantes no Legislativo federal.

Visita

Na manhã dessa terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados se encontrou com um grupo de deputados que formam a “bancada da bala”, em um hotel na Barra da Tijuca. O encontro não constava na agenda do parlamentar.

De acordo com a assessoria de Maia, no entanto, a visita foi apenas para “um café” com os deputados. Os demais parlamentares (são pelo menos 25) visitaram o presidenciável do PSL no início da tarde. Rodrigo Maia deve permanecer no Rio de Janeiro pelo menos até este domingo, dia de votação do segundo turno do pleito para presidente da República e governadores.

“Salto-alto”

Apoiadores de Bolsonaro no meio empresarial estão preocupados com o “salto-alto”de sua campanha.Eles alertam que políticos mais próximos ao candidato foram tomados pela “embriaguez do sucesso” e estão subestimando as dificuldades que devem enfrentar junto ao Congresso Nacional.

Em reunião com o mercado financeiro, por exemplo, deputados recém-eleitos pelo PSL deixaram os presentes atônitos ao dizerem que Bolsonaro não terá dificuldades para aprovar a reforma da Previdência e que enxergam “um céu de brigadeiro” para qualquer proposta dele.

“Esquerdismo”

Generais da ativa concordam com as críticas da campanha de Bolsonaro ao suposto “esquerdismo” dos atuais membros do Ministério das Relações Exteriores. Um deles citou, como exemplo, a decisão da turma deste ano do Instituto Rio Branco (que forma integrantes para o Itamaraty) de escolher como patrona a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada a tiros junto com o seu motorista.

Interlocutores de Bolsonaro dizem que ele vai indicar para as embaixadas no exterior também nomes de fora da diplomacia, assim como Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) indicou Itamar Franco para o posto em Portugal. O chanceler, contudo, será um diplomata.

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