Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2018
Uma pesquisa aponta que 59% das brasileiras não incentiva o filho à prática de alguma atividade física. Além disso, o crescimento das redes fast food e maior tempo que as crianças passam em frente a televisão e videogame também contribuem para o problema da obesidade infantil.
De acordo com dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão acima do peso ou em quadro de obesidade no mundo. Em 2017, o órgão lançou novas diretrizes para enfrentar o problema que é considerado epidemia global.
As causas da obesidade infantil
Nessas diretrizes há aconselhamento e dietas, avaliação de hábitos alimentares e as informações sobre peso ideal de acordo com a altura. Segundo a OMS, a obesidade infantil é resultado de mudanças comportamentais referentes a dietas não saudáveis e sedentarismo.
Estudo recente sobre a obesidade infantil no Brasil
Entre os dias 12 e 15 junho, o portal Trocando Fraldas, realizou uma pesquisa sobre obesidade infantil, que contou com a participação de 10.000 mulheres, sendo 3.800 deste número, mães.
Os dados revelaram que 78% das brasileiras presta atenção na dieta do filho(a) e 90% considera o peso dos filhos dentro do normal. Dos 10% acima do peso, uma em cada cinco crianças já passou por algum problema de saúde devido à obesidade.
Nos Estados do Maranhão, Bahia e Pará, as mulheres se mostraram mais preocupadas com a saúde da criança. No Amazonas, uma em cada nove mulheres não incentiva o filho a comer frutas.
Comportamento Alimentar e Estilo de Vida
A pesquisa mostrou que quatro em cada nove mulheres começaram a introdução alimentar, além do leite materno, antes dos seis meses de vida porque não conseguiram seguir a orientação da OMS.
Foi mostrado que 59% das brasileiras não incentiva o filho(a) à prática de alguma atividade física, este percentual entre as mulheres jovens de 18 a 24 anos, sobre para 69%.
Cinco em cada nove crianças têm o hábito de comer em frente a aparelhos eletrônicos, sendo este um hábito mais comum no Sudeste, com 59%, e menos no Norte, com apenas 49%.
“Culpados”
Quando se trata de obesidade infantil, a médica endocrinologista Rosângela Réa, do hospital Pequeno Príncipe, não esconde a multiplicidade dos “culpados”. Pais longe de casa e das cozinhas são um deles, pois fazem com que as crianças não consigam imitar os hábitos de uma alimentação saudável.
“Ninguém controla a criança em casa para o que ela come, hoje. Se ela está sozinha, ela escolhe o que quer comer. E mesmo quando os pais estão junto, ela continua escolhendo. Trocaram a merenda no colégio por frutas e legumes que a criança não tem o hábito de comer em casa. Logo, ela não vai se alimentar daquilo. Ela imita os pais e se eles não dão o exemplo, não tem como cobrar“, explica a médica, que também faz parte do serviço de endocrinologista do Hospital das Clínicas, da Universidade Federal do Paraná.
“É um problema que afeta todos os níveis. Não tem um que não mostre esse aumento na obesidade entre as crianças. É um alerta para que os pais prestem mais atenção, acompanhem as crianças e dar o exemplo”, reforça a especialista.